Conexão Mansur: Especial de Emancipação de Cachoeiro - Jornal Fato
Especial

Conexão Mansur: Especial de Emancipação de Cachoeiro

Túmulo de Rubem Braga e Casa de Roberto Carlos são os destaques.


- Ilustração: Zé Ricardo

O Túmulo de Bernardo Horta

 

Foto: Nivaldo Pacchiella dos Santos Andrade
 

Em 19 de abril de 1919, portanto a mais de século (104 anos, mês que vem), os restos mortais de Bernardo Horta e de sua esposa Nininha foram trasladados do Rio de Janeiro para o Cemitério do Coronel Borges, aqui em Cachoeiro, onde se encontram e ficarão eternamente.

Em 19 de abril de 2019, um século depois, os irmãos de Maçonaria de Bernardo Horta, prestaram homenagem a ele, relembrando sua memória, memória do maior homem público de Cachoeiro, conforme atestou Newton Braga.

Agora, aproximando-se o dia 19 de abril de 2023, um grupo de irmãos, com a devida autorização dos netos de Bernardo Horta, entendeu de promover a recuperação/limpeza do túmulo do grande cachoeirense.

Permitam-me relacioná-los: - Higner Mansur, Pedro Camargo Turini, Gustavo Napolitano, Vilson Coelho, Dario Lumberto Viana, Gustavo Moulin Costa e José Arnaldo de Alencar.

Ficamos muito felizes em poder transformar um bem histórico até então bastante fragilizado em objeto de admiração em possíveis visitas dos cachoeirenses a este túmulo, o que deveria ocorrer frequentemente, mas não ocorre.

Um pouco mais à frente - em breve - um dia iremos colocar lá no túmulo do casal Bernardo e Nininha, uma novidade simples, mas muito interessante e importante, a qual será de conhecimento público oportunamente.

Desta forma, estaremos dando luz ao maior dos homens públicos de Cachoeiro de Itapemirim - Bernardo Horta de Araújo - hoje, lamentavelmente, simples e mero desconhecido em nossa terra.

A partir dessa ideia, quase já realizada na prática, estamos indicando que a cidade e a administração pública, deveriam olhar para o cemitério do Coronel Borges como ponto de visitação em homenagem aos grandes cachoeirenses que lá se encontram, dando ao local ares de visitação turística e de homenagem a tanta gente boa, hoje apenas enterrada lá.

Ossos e cinzas devem ser enterrados, a memória não.

E essa indicação veio, também, de projeto elaborado em 2019 pela Maria Elvira Tavares Costa que, infelizmente, e não por culpa dela, não foi à frente - mas pode ir.

A ideia baseou-se no que ocorre de visitação, inclusive turística, nos cemitérios "Pére Lachaise", de Paris, "Recoleta" em Buenos Aires, e tantos outros espalhados pelo mundo.

Se conseguirmos, teremos conseguido (1) recuperar a memória dos grandes homens e mulheres da História de Cachoeiro, (2) teremos um cemitério local limpo e digno e (3) teremos grande centro de atração turística.

Muita coisa boa junta, a custo quase zero.

 

Falando da Casa do Rei Roberto Carlos

 

 

Foto: Nivaldo Pacchiella dos Santos Andrade
 
 

Em função de entrevista que ia dar (e dei) ao jornalista multimídia Parraro Scherrer, no dia anterior dei uma passada pela Casa de Roberto Carlos. Lá chegando, e como sempre aconteceu na atual administração, fui muito bem recebido pelos funcionários da Casa.

Conversamos sobre tudo e antes de, aqui, entrar no assunto da crônica, me seja permitido repetir o elogio aos funcionários. Feito.

Lá chegando na Casa do Rei, como sempre fiz, parti direto para examinar o livro de presença, o qual contém as assinaturas de todos os visitantes, com anotação de origem deles: de Cachoeiro, do Brasil e do mundo, indicando nome das cidades e dos países.

Fica registrado que, desde a abertura da Casa de Roberto Carlos, início do ano de 2001, até o dia 14 de março deste ano, 183.765 pessoas visitaram a Casa do Rei Roberto Carlos - cachoeirenses, demais espírito-santenses, demais brasileiros e visitantes de outros países.

Aliás, antes de chegar ao ponto que imaginei colocar aqui na crônica, faço uma sugestão: - deste já, no "livro de ponto", haveria de ser feito levantamento geral dos visitantes, para saber - quantitativamente - de onde eles vieram, ano a ano... seja de Cachoeiro e de toda a parte do mundo. Garanto que será surpresa boa para a maioria de nós.

Agora, independente da alta qualidade do atendimento dos servidores da Casa, um ponto me preocupou e preocupa muito. A frequência à Casa do Rei, no carnaval de 2023, foi imensamente inferior (menos da metade) à mesma frequência no carnaval de 2001 - 22 anos passados.

No carnaval de 2001 compareceram 145 visitantes, enquanto que no carnaval deste ano de 2023, apenas 65 visitantes se apresentaram, o que indica queda de quase 55% na quantitativo dos visitantes.

E já que estou aqui a falar da Casa de Roberto Carlos, bom seria que voltassem com o "Bonde da Cultura", um ônibus simples que levava à Casa do Rei e a outros pontos turísticos da cidade, estudantes, principalmente, das Escolas Públicas. Esse "Bonde da Cultura" foi implantado por mim, lá no distante 2001 (perdoem-me a falta de modéstia) e não sei porque acabaram com ele, ainda no início da década de 2000.

Depois, alguns anos mais à frente, veio o projeto da Jardineira, o "Doce Terra onde Nasci", que também, não sei porque, foi "arquivado" nos escaninhos da prefeitura, cometendo, mais uma vez, um abuso contra as boas coisas públicas que tivemos um dia.

 

 


Higner Mansur Advogado, guardião da cultura cachoeirense e, atamente, vereador

Comentários