Documentos históricos afetados na enchente de 2020 serão restaurados - Jornal Fato
Cultura

Documentos históricos afetados na enchente de 2020 serão restaurados

A iniciativa é das profissionais Albanize Monteiro e Gina Karla. O projeto foi aprovado no edital Estadual Funcultura 017/2020.


- Foto: Thatiane Cardoso

Um importante passo para preservação da história e memória de Cachoeiro, terá início neste mês. Após quase dois anos da maior cheia do rio Itapemrim, o Centro Cultural Casa dos Braga terá parte do acervo, afetado pela calamindade, restaurada. A iniciativa é das profissionais Albanize Monteiro e Gina Karla. O projeto foi aprovado no edital Estadual Funcultura 017/2020.

Os documentos foram doados pelos filhos de dona Anna Graça, irmã  de Rubem Braga, ao Museu, em novembro de 2018. São cartas que datam a partir da década de 20, endereçadas ao cronista, além de comendas, jornais e fotografias. Os itens, que compõe a exposição e parte do setor de pesquisa, estavam armazenados no segundo andar do Centro Cultural, onde a água chegou à cerca de meio metro.

Além do trabalho de restauração e conservação, todo o material será fotografado em alta resolução. A digitalização permitirá que a utilização em pesquisas seja feita com segurança, através da mídia digital, que terá cópia disponibilizada ao Arquivo Público Municipal de Cachoeiro e ao Arquivo Público Estadual.

 

 

"Me satisfaz saber que estamos buscando preservar a história e a memória de uma família tão representativa para o município de Cachoeiro e para nosso Estado", diz Albanize.

 

A Casa dos Braga

O Museu Casa dos Braga, administrado pela Secretaria de Cultura e Turismo do Município de Cachoeiro do Itapemirim, é a representação de um museu/casa de uma das famílias mais influentes da sociedade cachoeirense da primeira metade do século 20, em decorrência do seu envolvimento político, cultural, econômico e publicitário. Lá residiram a família de Francisco de Carvalho Braga, cartorário e primeiro prefeito de Cachoeiro. Casado com Rachel Coelho, tiveram sete filhos, dentre eles Newton e Rubem, que firmaram o nome Braga na literatura nacional. Newton como poeta modernista e Rubem como cronista.

Na casa dos Braga, a família residiu durante 45 anos (1913 - 1958). Adquirida pela Prefeitura Municipal de Cachoeiro de Itapemirim em 1987, abrigou a Biblioteca Municipal por quase três décadas (1987 a 2012). Devido a problemas estruturais, entre 2013 e 2015, passou por processo de conservação e restauração em sua arquitetura, mobiliário e utensílios e, em 2017 foi reaberta como Museu, tendo a finalidade de preservar a memória de uma casa de estilo colonial português e de uma influente família cachoeirense. Hoje, o Centro Cultural conta com três exposições ativas: "Minha cidade, minha casa", "Newton Braga entre seus amores" e "Rubem Braga e seus amigos artistas". São mais de um mil e cem itens em mostra. 

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