Atriz capixaba aborda a invisibilização das conquistas da mulher negra no Brasil
Em Feita de Papel, Eliane Correia, aborda a invisibilização das conquistas alcançadas pelas mulheres negras por conta do racismo estrutural
Após estreia emocionante, o espetáculo "Feita de Papel- Carolina Maria de Jesus" volta a circular pelo Espírito Santo. Nos próximos dias 10 e 11 de agosto, a peça que celebra a obra Quarto de Despejo: diário de uma favelada, da aclamada escritora Carolina Maria de Jesus, ocupará os palcos do Teatro Municipal Fernando Torres, em Guaçuí e a Casa da Música Sônia Cabral, em Vitória.
Quarto de Despejo: diário de uma favelada é um clássico da literatura brasileira. Nele, Carolina Maria de Jesus descreve o cotidiano da favela do Canindé na década de 60, em São Paulo. As amarguras da fome, pobreza e infinitos obstáculos vivenciados por ela e os filhos, revelaram um Brasil profundo, longe do futebol e do samba.
Carolina ficou conhecida mundialmente pela obra e por ser um marco na escrita brasileira por revelar, em primeira pessoa, como conseguiu ser resiliente através da escrita e da educação, como descreve em um de seus pensamentos: "Quem não tem amigo, mas tem um livro, tem uma estrada."
Em Feita de Papel, Eliane Correia, aborda a invisibilização das conquistas alcançadas pelas mulheres negras por conta do racismo estrutural. O espetáculo, é um paralelo que permeia a existência das duas, Eliane e Carolina. Desafios, desejos, lamentos, triunfos, são equiparados para serem confrontados na realidade do palco.
"Não é um desafio simples. Vou reviver Carolina e eu mesma no palco. Um fio do tempo de uma das mulheres mais extraordinárias deste país, e eu, atriz, negra, que venho seguindo os avanços intangíveis da minha própria existência, assim como Carolina. É uma fusão e um reflexo. Ela e eu. O Brasil de Carolina e o meu Brasil através da poesia que fala da nossa existência diária. Um desafio que eu amei vivenciar. Feita de papel é uma experiência que vai tocar a alma dos espectadores", afirma Eliane.
Feita de Papel não vai responder o que mudou desde o Canindé até aqui. Mas vai expor que até hoje, as mulheres "desafiam estereótipos e assumem papéis múltiplos para sobreviver, e acima de tudo, para inspirar", conforme descrito na sinopse do espetáculo.
A montagem foi realizada por meio de incentivo do FUNCULTURA- Secretaria de Estado da Cultura- SECULT, através do EDITAL nº10/2022- LINHA 1- Projetos de Teatro: Criação e montagem de espetáculos teatrais, circulação de espetáculos e projetos livres em diferentes formatos.
Serviço
Feita de Papel - Carolina Maria de Jesus
Guaçuí
Teatro Municipal Fernando Torres
Data: 10 de agosto (sábado)
Horário: 20h
Entrada Gratuita
Vitória
Casa da Música Sônia Cabral
Data: 11 de agosto (domingo)
Horário: 18h
Entrada Gratuita
A apresentação contará com tradução simultânea em libras, óculos para portadores de fotofobia e abafadores de ruídos como recursos de acessibilidade.
Informações: (28) 99977-1182
(28) 99977-7261
@maisumpontomaisumconto
Ficha Técnica
Texto e Direção: Gilvan Balbino
Atriz: Eliane Correia
Sonoplastia: Gui Vieira e Danyel Sueth
Iluminação: João Batista de Moraes e Matheus Soares
Cenografia: João Batista de Moraes
Figurinos: Caio Pereira
Intérprete de Libras: Danni Lino
Concepção de Arte: Felipe Gomes
Fotos: Rodrigo Portugal
Assessoria de Imprensa: Taynara Barreto