Uma ponte para o futuro - Jornal Fato
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Uma ponte para o futuro


Às vezes um filme ou um livro podem nos remeter a nossa própria história, de forma profunda. Assisti ao filme As Pontes de Madison, cujo enredo relata a história de amor vivida por uma mulher casada e supostamente feliz. Durante uma viagem do marido com os filhos adolescentes, ela tem a oportunidade de conhecer, em quatro dias, a grande paixão da sua vida. E ela resolveu não dar continuidade ao romance, em respeito ao grande amor que seu marido lhe devotava e pelo carinho com os filhos. Na tentativa de convencê-la a acompanha-lo, o amante lhe transmite a mensagem que resume todo o filme: - Podemos viver a história de amor da nossa vida em poucas horas, ou até para sempre. E muitos nem a vivem, se mantém juntos num relacionamento sem paixão. Não conhecem o amor.

 

Foi então que rememorei a minha vida. Não me casei por conveniência e nem por imposição de ninguém. Quis entrar na igreja sozinha, por livre e independente decisão e por profundo amor ao homem a quem eu unia a minha vida. Vivemos momentos de muita felicidade e também momentos difíceis, por conta de diferenças profundas de personalidade, mas nunca por ausência de amor. Sempre tivemos prazer na presença e na convivência comum. Quando estive gravemente doente, enquanto me tratava, meu marido para me estimular à vida, construiu em nossa casa, tudo o que eu sonhara anteriormente realizar. Era sua forma de declarar o seu amor por mim, num momento tão difícil. Meu marido é tímido e eu sou extrovertida, e mesmo com sua dificuldade, ele concordou em fazer aulas de dança, pois sabia que dançar era um grande prazer para mim. E hoje dançamos pelos bailes da vida, prazerosamente.

 

Muitas vezes senti vontade de desistir, por razões que atualmente analiso como supérfluas. Sempre me foquei na busca da felicidade e sou convicta que não se deve permanecer unido a quem não se compartilha o prazer mútuo. E hoje tenho certeza, que a ponte que construímos para o futuro é indestrutível. Nem a morte nos separa. E os anos que nos restam, que nos será ainda permitido viver, pretendemos vive-los unidos, mais do que nunca. Pois o nosso amor é indestrutível.

 


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