Encontrei o título acima em algum lugar.  Chamou-me atenção, porque de fato acredito que, em toda relação, há a necessidade de reciprocidade nos cuidados de manutenção e avivamento dos sentimentos. Cito em especial as relações amorosas, mas também estão incluídas todas as outras, como de pais e filhos, parentes, de amizades, entre colegas de trabalho, ou grupos afins.

 

Sempre considerei estranho o costume generalizado de casais que, com o passar dos anos, vão se afastando física e psicologicamente, e cuja convivência se transforma numa total monotonia. A participação de ambos em eventos sociais só acontece quando o caráter da cerimônia exige, contudo não há nenhuma demonstração de intimidade entre eles.  Perdoem-me se estou sendo radical, porém não acredito em sexualidade sem intimidade, ternura e afeto. 

 

É humanamente impossível para quem ama superar grosserias, afastamentos, sensações de sentir-se não acolhido, trocado por amigos ou outras diversões, perceber enfim que o parceiro possui interesses e atividades constantes nas quais não se está inserido. Quando se ama, há uma entrega total de sentimentos e uma preocupação constante em fazer o outro feliz. Compreende-se a felicidade como a correspondência de sentimentos e atos afetivos em favor do outro e de si próprio.

 

Infelizmente, mesmo quando o amor é muito grande, de tanto ser menosprezado, tende a ir sucumbindo em consequência da não reciprocidade. Não há sentimento que resista.

 

Por isso, não me espanta quando encontro uma amiga ou amigo que, após décadas de convivência, decide jogar tudo para cima e ir em busca da felicidade. Não critico esse tipo de decisão. Sinto admiração por aqueles que, em alguma fase da vida, optam por uma mudança radical. Esses são os corajosos de fato. E a felicidade está disponível para quem tem coragem e determinação em alcançá-la.

 

E tendo sempre em mente que: "Quem não dá assistência... abre concorrência, perde a preferência..." e fica a ver navios.