Essa coisa de crush - Jornal Fato
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Essa coisa de crush


Essa coisa de "crush" é tão pós-modernidade, né? Não é crochê, ok? É crush, mesmo. Vamos categorizar por uma relação de admiração, nem sempre mútua. Já que "crush" é uma um espécie de relação harmônica, platônica e que muitas vezes (quase sempre), o outro envolvido não sabe que faz parte da "crushcidade" do seu admirador.

 

Sabe aqueles fãs loucos de fã clube, que vão a todos os lugares e shows que seus ídolos fazem? Ser crush é quase isso. Você precisa está antenado a todas novidades, que seu admirado amor lançar, se possível seja o melhor estalqueador (perseguidor do bem) do pedaço. Tenha todos os amigos de seu crush nas redes sociais, até mesmo, a família.

 

Em casos de extrema urgência, vale à pena também adicionar a avó dele/dela, os da "melhor idade" sempre são gentis e podem fazer uma boa propaganda com sua paquera. Adicione também seus possíveis rivais, e os amigos de seus rivais, sempre é bom tê-los por perto. Afinal, o que a gente não sabe ou o facebook conta, ou alguém marca em alguma foto. 

 

Ser crush é visitar o perfil dele/dela oitocentas mil vezes num só dia, e se ele/ela postar alguma foto que revele um possível relacionamento é você "printar" e espalhar para todas as suas amigas, já esperando uns conselhos pós-bad. Isto, está apto a acontecer, por favor, não se desespere!

 

Nesta espécie de romance moderno, existem duas classificações de crush. Têm os crushs descarados, aqueles que curtem todas as fotos do boy/ girl e mesmo que a foto seja lá da época que existia o orkut, ele vai comentar com um amei, bem sinalizado. "Amei" é outra forma de escancarar pra sua timeline toda, que a pessoa é seu crush. Às vezes é bom um pouco de controle né? Amei demais é muita integração. Bom mesmo é alternar com uns "uau" de vez em quando, e se tiver muito babado, lance umas curtidas tradicionais - quem sabe rola uma retribuída?

 

Falando nisso, a melhor sensação na vida de um "crusheador" é a tal da retribuída. Tipo viciados em livros, em época de black Friday, na Saraiva? Então, uma curtida correspondida é como se fosse uma flecha do cupido do amor virtual sinalizando "opa, acho que vocês têm chance", com toda certeza é a melhor sensação desse planeta.

 

Mas, voltando ao assunto principal. Pesquisas apontam que quase 95% das relações de crushcidade se dá por meio da subjetividade e do sigilo. Qual a fonte? As próprias experiências de "troxa", desse que vos lhe escreve. Enfim, podemos até citar uns sintomas dessa doença: coração acelerado quando ele/ ela se aproxima, seguido de sensações de calor e palpitações na região do lado esquerdo do peito. Em casos de alta perigosidade, ao encontrar o crush com possíveis rolos é recomendado o afastamento de objetos pontudos e, principalmente, de aparelhos celulares, pois escrever texto e posts indiretos é automaticamente, parte do sintoma.

 

No fundo ter um crush é sempre bom, você meio que exala corações flutuantes por onde passa como em desenhos animados. Necessariamente, não é preciso ter desejos íntimos e sexuais com o crush, às vezes é apenas uma forma sadia de brincar de paquera, de admirar alguém, de elogiar as qualidades, de entusiasmo para vida, uma forma de externar amor ou até mesmo de amar em segredo.

 

Se você ainda não tem seu crush, vá, cace-o por aí. Pode ser na fila de um banco, no ponto de ônibus, no elevador do shopping, numa social de sexta, afinal o mundo precisa de mais amor, mais de cor, mais ardor. Fica à dica: crusheie por aí!!

 


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