Dois anos antes do desespero - Jornal Fato
Colunistas

Dois anos antes do desespero


Não costumo entrar de cabeça nos meus relacionamentos, mas ter me apaixonado por você à primeira vista foi uma coisa mágica. Logo eu que andava tão feliz sozinha, tão bem resolvida, fui me deixar levar assim.

 

Acho que é por causa dos seus olhos. Quando você se irrita eles mudam de cor, e acho uma gracinha você irritado. Adoro suas crises de ciúmes: sinal do seu amor por mim. Minhas amigas dizem que você só pode ser louco. Morrem de inveja dos seus cuidados com a roupa que eu visto, com o perfume que uso e até com os amigos com os quais eu devo ou não continuar me relacionando. Você sabe das coisas e consegue ver mais longe que eu. Desde que você apareceu minha ingenuidade não oferece mais perigo.

 

Muitos podem achar que aquela fogueira que você fez com minhas fotos antigas e vestimentas inadequadas para uma mulher de respeito foi um exagero, mas para mim foi um ato que simbolizou o início de uma nova fase na minha vida: a sua. Sou sua e a tatuagem que me pediu para fazer com seu nome está feita. Marcada para sempre com todas as letras do meu dono e senhor.

 

O pessoal do trabalho reclama porque não saio mais com eles depois do expediente. Sei que você não gosta, e prefiro ficar em casa te esperando, mesmo quando você tem futebol e só chega depois das três da manhã. Não vejo nada demais em você estar com seus amigos enquanto eu deixo nosso cantinho arrumado. Meu apartamento ficou mais aconchegante com você lá dentro. Tenho até aprendido gostar dos filmes de luta e não me importo de trocar de time para te ver feliz.

 

Meu nome era Ana. Agora sou a Ana do Beto.

 

Por favor, nunca vá embora. Não sei o que seria capaz de fazer se você me deixasse.

 

Obs: os textos publicados nesta coluna seguem uma sequencia e falam sobre Ana. Minha personagem é uma mulher passional, apaixonada, exagerada, louca e muito autêntica. Um pouquinho de cada uma de nós existe nela. Estamos na quarta semana e ainda vem muita coisa por aí. Espero que continuem acompanhando e que virem fãs da Ana, assim como eu sou. Sugestões, estórias e histórias de mulheres à beira da insanidade podem ser compartilhadas comigo pelo e-mail [email protected]


Comentários