Queda de avião: presidente da OAB-ES faz relato impressionante - Jornal Fato
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Queda de avião: presidente da OAB-ES faz relato impressionante

"Pensei realmente que fosse morrer", conta José Carlos Rizk Filho


- Foto: Reprodução/ Instagram.

O presidente da Ordem dos Advogados do Brasil no Espírito Santo (OAB-ES), José Carlos Rizk Filho, passou por momentos de terror, no fim da tarde desta quarta-feira (10), quando o avião monomotor em que viajava teve uma pane e caiu, em Maricá-RJ. Horas após o ocorrido, Rizk publicou uma série de vídeos no Story de sua página na rede social Instagram, onde fez um relato impressionante.

Segundo ele, viajar de avião é algo comum em sua rotina e, desta vez, ele tinha embarcado no monomotor, juntamente com um cliente e um piloto, para estar em uma reunião profissional no Rio de Janeiro, na amanhã desta quinta-feira (11), às 9h. Contudo, o inesperado aconteceu.

"Sobrevoando já Maricá, rumo a Niterói, para se chegar ao Rio de Janeiro, simplesmente, sobre o mar, o avião parou de funcionar. E aí, infelizmente, o desespero bate. O piloto tentava ligar o motor. É como um carro que não pega. Para quem tem carro, que fica frio e não pega, momento extremamente desesperador, que a gente pensa que vai morrer", relata.

E agora?

O presidente da OAB-ES conta que começou a imaginar os próximos passos, como seria a queda e o que fazer para se salvar.

"Ao não se pegar (o avião), estávamos sobrevoando o mar. E a expectativa era cair no mar. Eu... Um pouco pensativo sobre como sairia do avião. Porque, tenho 1,96m, teria alguma dificuldade e pensei em como eu quebraria a janela para sair do avião. Já haveria um impacto do mar, muito forte. Pensei realmente que fosse morrer".  

E ele continua; "Nesse momento, tirei o cinto. Preparando para saltar do avião. Entretanto, aqueles quatro, cinco minutos de aproximação da praia deram resultado. E eu pergunto ao piloto; nós vamos chegar à praia? E ele fala; vamos chegar à praia. E aí conseguimos caminhar em direção à praia. Quando houve a pani, o problema, nós imaginamos que íamos cair no mar. E aí o piloto segue até a praia. E eu pergunto; o que devo fazer? E ele fala; se segura em alguma coisa. Me segurei".

Avião bate forte duas vezes

Seguindo com seu relato, Rizk conta que o avião bateu, com força, por duas vezes na areia da praia ao cair.

"O avião bate com muita força na areia, uma porrada forte, e ele quica. Porque a areia do mar, uma faixa de areia extensa, ele quica na areia, voa de novo e quica de novo. Ele não vira. Foi uma força muito forte, mas ele não chega a virar. Só dá uma porrada, dói um pouquinho a coluna, mas a gente se arrasta ali na areia por cerca de 400 metros na praia".

Só uma vara de pescar

Preocupado se houve feridos, Rizk é informado que o avião não atingiu ninguém. "Após o pouso, a gente se depara com os pescadores. O avião, infelizmente, atropelou uma vara de pescar, graças a Deus não atingiu ninguém. Inclusive, é uma das primeiras coisas que eu pergunto para as pessoas da comunidade, que estavam ali na praia, se alguém foi atingido. Mas ninguém foi atingido, tão somente uma vara de pescar", continua o relato.

Fisicamente ilesos

Apesar do tremendo susto, o presidente da OAB-ES confirma que todos saíram do avião sem nenhum ferimento. "Estamos ilesos. Fisicamente ilesos, emocionalmente abalados, mas muito tranquilos, com muita fé em Deus e gratos por estarmos vivos".

Rizk, ele teria ficado em choque após o pouso forçado. "Eu não me feri. Fiquei em estado de choque. Eu não saio de imediato. Fico dentro do avião um pouco estático. Meio chocado com a cena e aí eu saio".

Gratidão

Seguindo para o fim de seu relato, o presidente da OAB expressa sua gratidão. "Eu queria falar da minha gratidão a Deus e as mensagens dos nossos amigos aí, que fizeram com que minha noite fosse recheada de carinho e acolhimento. Principalmente as pessoas simples, que eu encontrei naquela cidade também, Itaíguaçu, ali em Maricá. E abraçar o Guga, que nos acolheu, me deu uma água, me deu um suco de maracujá, me colocou sentado". Guga, a quem ele se refere, é um capixaba que mora em Maricá e foi um dos que prestaram socorro a eles.  

"E agradecer aos bombeiros, os policiais, enfim, todos que deram suporte. Foram extremamente amorosos e acolhedores. E não tivemos a fatalidade. Deus colocou a mão, sem dúvida alguma, sobre as nossas vidas. Não tenho dúvida nenhuma disso. Gratidão por estar vivo", completou. Ele disse ainda que gostaria de enviar um abraço a todos que ligaram e mandaram mensagens de carinho.

Capixaba prestou socorro

Durante o relato, Rizk destaca uma coincidência que chamou sua atenção. "A gente sai um pouco perdido, então fui muito bem atendido pelo Guga, Rosimere, culinária capixaba em Maricá. O avião acabou caindo em frente a um restaurante de comida capixaba. Um negócio assim, inédito, muito interessante", conta.

Passado o susto, José Carlos Rizk Filho seguiu com sua agenda, normalmente, hoje.

 

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