Aprimorar o transporte público, a acessibilidade, entre outros pilares da mobilidade urbana em vários âmbitos, sem esquecer das minorias, focando na redução de desigualdades.

Nesta quinta-feira (15), a população cachoeirense está podendo participar de uma oficina com este objetivo, para ajudar na construção de soluções para melhorar a mobilidade urbana no município.

Há palestras, discussões e debates, com exemplos de soluções trabalhadas em grandes cidades brasileiras e até internacionais, sobre assuntos referentes à inclusão e redução das desigualdades. Um dos pontos é o atendimento às vítimas de assédio e discriminação racial.  

Equipe técnica da Frente Nacional de Prefeitos (FNP) conduz os debates no auditório da escola municipal Zilma Coelho Pinto, no bairro Ferroviários (rua João Mota, nº 11). O evento começou às 9h e segue até 17h.

Os participantes têm a oportunidade de apresentar problemas, elencar pontos críticos e sugerir prioridades. Corredor exclusivo para ônibus, melhorias nos pontos, calçadas livres de obstáculos, segurança, ciclovias e reforço na educação no trânsito estão entre o que foi apontado.

Pesquisa qualitativa com usuários do transporte público municipal foi realizada durante esta semana. A consulta se deu sobre aspectos do serviço de ônibus na cidade, grau de satisfação, deslocamento e melhorias desejadas.

As atividades fazem parte do "Projeto AcessoCidades: cidades mais acessíveis e conectadas", para o qual Cachoeiro é uma das dez cidades brasileiras selecionadas, pela Frente Nacional de Prefeitos, para receber apoio técnico.

Apoiada pela União Européia, em parceria com a Confederación de Fondos de Cooperación y Solidaridad (Espanha) e Associazione Nazionale Comuni Italiani (Itália), a iniciativa busca qualificar as políticas de mobilidade urbana como ferramenta para integração das políticas de desenvolvimento urbano sustentável e redução de desigualdades.

 

Construção coletiva

Especialista em mobilidade urbana da FNP, Haydee Suab falou sobre a importância de se considerar classe, gênero e raça no planejamento e consecução das ações de mobilidade urbana de Cachoeiro.

Ela trouxe exemplos nacionais, como os de São Paulo, Fortaleza, Campina Grande, e internacionais, como Maputo (Moçambique), Barcelona (Espanha), Buenos Aires (Argentina), Cidade do México (México).

O propósito é, "através da troca de experiências, trazer soluções, pois há problemas semelhantes" sendo enfrentados por cidades tão distintas.    

 

Cachoeiro participa do "AcessoCidades" desde 2021, segundo a assessora técnica da Frente Nacional de Prefeitos, Amanda Vieira. O projeto, explica ela, é financiado pela União Europeia e umas das principais ações é a capacitação de gestores e técnicos, principalmente quanto ao tema de dados abertos para gestão do transporte público coletivo.

Kleber Paiva, gerente de Mobilidade Urbana da Prefeitura, sensível ao problema que atinge o mundo todo, assegura que o apoio técnico da FNP vai ajudar a tratá-lo de forma efetiva em Cachoeiro de Itapemirim.

 

Lugar do próximo

Para o prefeito Victor Coelho, trata-se de um "exercício de se colocar no lugar do outro, para encontrar soluções factíveis".

Ele considera uma conquista, junto ao governo capixaba, Cachoeiro já estar contemplado com um plano de mobilidade. Reconhece, porém, que os desafios são grandes. "É um desafio também para a FNP propor soluções para esta questão tão complexa, a da nossa mobilidade, com foco na acessibilidade, seja no transporte público, seja no Ir e Vir (serviço especial de transporte solidário)".

Mas garante que trabalha para "alocar recursos financeiros para as ações de curto prazo".

 

por Marcos Leão