Parece mentira, até mesmo aberração. Talvez, insanidade, em pleno século 21, isso ainda ocorrer. Mas acontece... em estádios de futebol, no trabalho, e, onde pode ser ainda pior, em escolas, que teoricamente são capacitadas a formar os cidadãos adultos do futuro. 

A vítima, uma menina de 15 anos de idade, está sofrendo crise de depressão, emagreceu vários quilos, segundo a mãe. Mas o pior é a ferida na alma, encoberta pela pele preta.

Ela foi chamada de macaca por colegas de turma em uma escola estadual em Vargem Alta. Os ataques teriam começado em março. As agressões e insultos, dos mais absurdos, não pararam por aí. Além de comparações com animais, não perderam oportunidades de proferir ofensas, simplesmente, contra a cor de sua pele. Por tudo isso, a adolescente passou desde que entrou na rede estadual.

A família da vítima, buscando providências efetivas, procurou a Polícia Civil, que investiga o crime como injúria racial. Os alunos acusados chegaram a ser impedidos por meses de frequentar as aulas. A vítima, por sua vez, não conseguiu retomar os estudos.

As escolas estaduais sulinas são geridas pela Superintendência Regional de Educação em Cachoeiro de Itapemirim. O órgão garante que promoveu o diálogo entre as famílias envolvidas, além de ter orientado os alunos quanto à conduta.

O governo capixaba, por meio de sua Secretaria de Estado da Educação (Sedu), assegura que pôs para funcionar, desde 2019, o Programa de Enfrentamento ao Racismo nas escolas da rede pública estadual do Espírito Santo.

Para fechar as milenares feridas provocadas pelo preconceito só com a consciência de que a única raça existente na civilização é a humana. E o que verdadeiramente nos faz mais parecidos com animais é ter alma pequena, independente da coloração da pele...