O ex-prefeito de Cachoeiro de Itapemirim, Carlos Casteglione (PT) foi o entrevistado desta semana do programa FATO Podcast, em exibição no canal Jornal FATO, no YouTube. Único pré-candidato de esquerda dentre os cinco apresentados, se inspira no sucesso eleitoral de Lula em 2022, porém, considera bobagem a polarização. Prefere focar em propor soluções para os problemas do município.

O período entre 2002 e 2012 representou a ascensão e consolidação do PT no governo federal do Brasil, com a eleição de Lula e Dilma Rousseff. No mesmo período, em Cachoeiro de Itapemirim, Carlos Casteglione cumpria trajetória semelhante, com eleição e reeleição para deputado e prefeito nesse mesmo período.

Os percalços advindos a partir de 2013, que culminaram com o impeachment de Dilma e a prisão de Lula, no ápice do antipetismo, são os fatores que considera preponderantes para os sucessivos fracassos do partidos nas eleições posteriores no município.

Agora, oito anos depois de sua gestão, o retorno de Lula à presidência o inspira a, mais uma vez, entrar na disputa pela prefeitura de Cachoeiro.

Ainda em pré-campanha, tem clara a ideia de colocar sua experiência à disposição. E, embora reconheça a importância estratégica de ter candidatura em Cachoeiro para a conjuntura nacional, afirma que o preponderante é o apelo coletivo - seja dos partidos que o apoiam, seja da população de menos recursos - para que volte, com o objetivo de desempenhar mandato voltado aos mais humildes, e periferias. Algo que considera ter também guiado o seus primeiros mandatos.

 

'Polarização é grande bobagem'

Julga a acentuação da polarização ideológica, que tem ocorrido a cada eleição, "uma grande bobagem" e promete não alimentá-la, apesar de advertir que não deixará ataques sem resposta e que denunciará as Fake News.

Na contramão da polarização, prega o diálogo amplo, e até pragmático com todas as forças políticas. Algo que, lembra, realizou nos seus dois mandatos, assim com Lula faz e fez no governo federal. Considera que a disputa ideológica interessa aos políticos. Já a população, quer solução para os problemas reais da cidade.

 

Faltam eventos de cultura e lazer

Em suas andanças, Casteglione tem notado algo surpreendente. Nem, emprego, nem saúde, educação ou transporte preocupam mais o cachoeirense do que a falta de opções e áreas de lazer na cidade. E coloca ações nesse sentido como prioridade para início de gestão.

Cita o Parque da Ilha da Luz, cujas obras estão paradas, o Teatro Municipal, fechado desde a enchente de 2020 e o recrudescimento de eventos de lazer, como as que realizava em áreas como a Beira Rio aos domingos, e culturais como a Bienal Rubem Braga ou o Carnaval como pontos de atenção.

 

Obras para a cidade

Critica a gestão da obra da macrodrenagem - que tem causado prejuízos ao comércio e ao trânsito, mas espera que sejam retomadas e concluídas ainda pela gestão atual.

Casteglione se diz preocupado com a incapacidade da Prefeitura de fazer sequer obras menores com recursos próprios. Lembra que com menos da metade do orçamento atual, conseguir investir em infraestrutura com o dinheiro arrecadado.

 

Articulação estadual e nacional

No entanto, pondera que os recursos dos governos estadual e federal são cruciais e se coloca em condição de manter os robustos aportes da gestão estadual no município, pela relação pessoal e partidária com o governador Renato Casagrande (PSB), e pela óbvia afinidade com o presidente Lula, prestígio que pretende usar para reabrir o canal de recursos abundantes durante sua gestão, mas, agora, escassos para o município.

Atualmente, o pré-candidato tem a seu lado a federação formada por PT-PV e PCdoB e a composta por Psol e Rede. Quer mais, mas, como encontra a porta fechada em nível municipal, confia que a articulação em nível estadual possa ampliar esse leque.

 

FATO PodCast

Casteglione é o terceiro a participar da série de entrevistas com os pré-candidatos a prefeito de Cachoeiro. Antes dele, já passaram pelos estúdios do jornal FATO Lorena Vasques (PSB) e Diego Libardi (Republicanos).