Minha grande alegria na infância era, aos domingos, ir à missa e passar na Banca para comprar revistas. A preferência eram as da Disney e pegava emprestado ou trocava, com os meninos vizinhos, os gibis de heróis do faroeste americano, ou outros como Mandrake, Fantasma, Cavaleiro Negro, e demais. Repassei o hábito aos filhos, que curtiram os personagens de Maurício de Souza.

E muito apreciei uma Banca de Revistas, quando nelas se encontrava os principais jornais e revistas publicadas e até livros.  Fui leitora de Cláudia, Nova, Veja - que assino até hoje, e leitora assídua do Jornal do Brasil, e quando sua publicação foi extinta me senti órfã de um meio de comunicação que me colocava a par das principais notícias, através de grandes jornalistas.   Em Marataízes a Banca ficava próxima da minha casa e era um prazer acompanhar a chegada dos jornais e revistas, e bater papo com os clientes assíduos que ficavam aguardando na calçada. Ela fechou, bem antes da reforma na praça principal. Marataízes cresce a olhos vistos, o comércio floresce, porém sem nenhuma Banca.

Saio num domingo às 9 horas procurando por uma Banca de revistas em Cachoeiro. A que ainda se mantém, na Praça dos taxistas, estava fechada. A minha predileta, a São João, fechou há algum tempo, e aquelas que sobrevivem comercializam além de jornais e revistas, chips de celular, cigarros e buchinhas de lavar louça, é de dar dó! Algumas padarias ainda vendem jornais e revistas, felizmente. Na última viagem ao Rio, andando pelas ruas constatei Bancas abertas, porém num número ínfimo. E em São Paulo nem sei onde se escondem. Afinal, o que aconteceu? As pessoas não leem mais? As informações vêm automaticamente pelas plataformas de internet?

Um dos maiores críticos da dependência das telas e meios eletrônicos, o neurocientista Michel Desmurgert, afirma que a leitura é o antídoto para preservar a inteligência e saúde mental. E Umberto Eco declarou que depois que o livro foi inventado, nada foi criado que o superasse. E neste mundo de mudanças vertiginosas sobrevivo assinando jornais e revistas de preferência, saudosa das antigas Bancas hoje extintas.