Em meio ao caos, o melhor - Jornal Fato
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Em meio ao caos, o melhor

Nos últimos meses a população mundial, o que não é diferente em nossa nação, progressivamente, vem sendo coagida


Foto ilustrativa

Nos últimos meses a população mundial, o que não é diferente em nossa nação, progressivamente, vem sendo coagida, por motivo de força maior, a aquietar-se de suas obrigações - correrias - cotidianas.

É bem verdade que muitos de nós tivemos ampliado o trabalho. Isso porque este passou a ser exercido dentro do lar e junto a outras funções diversas: limpeza da casa, higienização radical dos alimentos, controle da agitação dos filhos,...

Assim, estar fisicamente mais presente dentro de casa tem seu encanto, mas seus desafios também. O convívio, antes mais intenso, junto aos colegas de trabalho, deslocou-se para a família. Deste modo, os pais com os filhos, os cônjuges entre si e os irmãos, todos reaprendendo a conviver, na literalidade da palavra, diuturnamente.

Diante dessa nova experiência, várias decisões podem ser tomadas. Entre elas podemos deixar o estresse assumir a rédea, podemos reaprender a olhar a alma dos que amamos e, junto às opções, será muito bom se voltarmos a ter intimidade com Deus, intimidade esta que a correria do dia a dia, por vezes, rouba de nós.

Enquanto nos adequamos a nova, e temporária, rotina, na mente, surgem muitas reflexões. Uma delas tem me intrigando, qual seja: a geração dos meus filhos tem presenciado situações únicas, nunca antes - ou há muito - vivenciadas. A título de exemplo, lembro de dois episódios recentes que impuseram à sociedade a "prisão domiciliar": a greve da polícia e o COVID-19. Contudo, a greve foi pontual, atingiu apenas nosso estado.

Hoje é diferente, pois essa geração vive, em tempos de paz, assustada, detida em seus lares, as escolas e diversos empreendimentos econômicos se mantêm fechados. Até mesmo as igrejas estão sem realizar cultos e missas presenciais... Nunca pensei que isso pudesse ocorrer!

 Acredito ser a primeira vez que, quase todo o mundo, concomitantemente, experimenta o contexto atual.

Assim, somos levados a alguns questionamentos. Afinal: qual a razão de tudo isso? Por que impor forçadamente que famílias se reacostumem a convivência tão próxima?

Há diversas teorias, algumas da conspiração, outras científicas, outras cristãs que explicam isso - ou tentam. Particularmente, creio na cristã, contudo, acredito também que, mesmo em meio ao caos, sempre é tempo de aprender, de melhorar como pessoa, de aprimorar a relação junto aos que mais amamos e, igualmente, de, aos que se esqueceram, reaprender a orar.

Assim, se nossa geração, e a de nossos filhos, está, por mais de uma vez, sendo compelida a parar um pouco e ficar dentro de casa, que aprendamos também, apesar dos pesares, a tirar o melhor que pode haver em meio ao caos e, com isso, a organizar nossa casa interior para valorizar com gratidão cada oportunidade que a vida - que Deus - nos proporciona.

 

Katiuscia Oliveira de Souza Marins


Katiuscia Marins Colunista/Jornal Fato Advogada e professora

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