Conexão Mansur: Como curar um Fanático - Jornal Fato
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Conexão Mansur: Como curar um Fanático

Frases do livro "Como Curar um Fanático". Se eu criar coragem, esse livro, estará na estante da Biblioteca Major Walter dos Santos Paiva, no Bernardino Monteiro


- Ilustração: Zé Ricardo

por Amós Oz

- Vocês podem contrair facilmente fanatismo, mesmo quando estiverem tentando derrotá-lo ou combatê-lo.  (36)

- Sei que é muito perigoso fazer profecias quando se vem da minha região do mundo. Há muita competição no negócio de profecias por lá. (60)

- Nunca subestimo a miopia e a estupidez das lideranças políticas de ambos os lados. (60)

- Vocês não precisam mais escolher entre ser pró-Israel ou pró-Palestina. Vocês têm que estar a favor da paz. (71)

- Tanta coisa está acontecendo em cada esquina, em cada fila num ponto de ônibus, em cada sala de espera de uma clínica, em cada café... Tanto de humanidade, de fato, cruza nosso campo de visibilidade todo dia, e na maior parte do tempo, estamos desinteressados, nem percebemos, vemos silhuetas em vez de pessoas verdadeiras. (80)

- Todos eram grandes oradores, mas ninguém escutava nunca. (83)

- Considero, a partir de minha experiência, que o choque entre judeus israelenses e árabes palestinos não é uma história de bons e maus. É uma tragédia: um choque entre certo e certo. E eu disse isso tantas vezes que ganhei o título de "traidor renomado" aos olhos de muitos compatriotas judeus israelenses. Ao mesmo tempo, nunca fui bem-sucedido em "satisfazer" completamente meus amigos árabes. (88)

- Creio que estou parafraseando D. H. Lawrence, que disse certa vez que, para escrever um romance, você tem que ser capaz de referendar meia dúzia de sentimentos e opiniões diferentes, conflituosos e contraditórios, com o mesmo grau de convicção, veemência e empatia. (94).

(Frases retirados do livro de Amós Oz, "Como Curar um Fanático", onde o autor, judeu, abandonou o "nós estamos certos, e os árabes errados", em favor da verdade sem lado. Se eu criar coragem, esse livro, pequeno e sério, estará na estante da Biblioteca Major Walter dos Santos Paiva, no Palácio Bernardino Monteiro - merece ser lido de ponta a ponta - o número após cada frase é o da página do livro).

 

Onde Nasceu Rubem Braga?

Na mais que importante biografia de Rubem Braga, escrita por Marco Antonio de Carvalho, está nas páginas 47/48 que:

- "Em 1912, a filha de Graça Guardia, Noêmia, decidira se mudar para o Rio com o marido, Severino Velloso. É então que vendem a casa que os Guardia haviam construído para Francisco Braga. É um casarão de dois andares, com quartos amplos, janelas e portas altas, cozinha espaçosa, grande sala de jantar, cercada por um espaçoso terreno onde há um alto e frondoso pé de fruta-pão... É nessa casa passageira, demolida pouco depois, que nascem Rubem, último varão dos Coelho Braga. Logo depois, a família se muda para o casarão que, décadas mais tarde, seria conhecido como Casa dos Braga - ainda que somente as duas filhas mais novas, Yedda e Anna Graça, ali tenham nascido".

Por outro lado, e no mesmo sentido, é o mesmo Rubem Braga que declara o local onde nasceu, na sua crônica "O BRASIL ESTÁ SECANDO", de setembro de 1956, ao dizer:

- "Nasci a dez metros da margem direita do córrego Amarelo, e a menos de cem metros da margem direita do Rio Itapemirim, onde ele se lança. Mudei depois para a margem esquerda do córrego; e uma grande parte da minha infância foi passada ali".

O Córrego Amarelo, hoje coberto pelo asfalto da Rua 25 de março, passa ao lado da atual/antiga Casa do Estudante e do ainda Centro Operário e de Proteção Mútua, ou seja, bem próximo à atual Casa dos Braga.

Fica, assim, bastante claro e com provas mais que perfeitas, que Rubem Braga não nasceu na Fazenda do Frade e nem na atual Casa dos Braga e sim num imóvel já demolido.

(Outro assunto da Família Braga é o fato de a histórica e atual Casa dos Braga, ser tratada como Casa dos BragaS, num evidente erro de grafia e leitura, o qual merece ser corrigido, inclusive nos ônibus de que circulam na zona urbana nossa cidade (Independente do erro de grafia, merece ampla homenagem a empresa de ônibus urbano de Cachoeiro, que assim procedeu. Aliás, quando acertada essa redação, também merece acerto a relativa à Ilha do Meirelles, equivocadamente escrita com "doS Meirelles". E sobre a Ilha do Meirelles, patrimônio público, por doação do próprio Newton Meirelles, hoje e há algum tempo abandonada e degradada pelo poder público municipal, falarei brevemente.)

 

53 Personalidades que Fizeram Minha Cabeça

Há muito tempo queria fazer uma lista como esta, com personalidades que mostraram o caminho da minha vida (se aproveitei, são outros quinhentos). A primeira lista saiu na CONEXÃO MANSUR 312 (10 de maio de 2014 - eram 50 personalidades).

Cidadãos do mundo e do Brasil, esses não me preocupei em estarem vivos. De Cachoeiro, apenas os falecidos, embora existam cinco ou seis, vivos, que acresceria, com prazer e dever. Não o fiz. Da mesma forma, não incluí parentes; preferi deixar a família de lado, por razões óbvias.

Vamos aos 50, sem nenhuma ordem de preferência:

1 - Ariano Suassuna, escritor, 2 - Antonio Nóbrega, cantor e dançarino, 3 - Padre Antonio Vieira, orador e escritor, 4 - Maurício de Nassau, administrador, 5 - Nicolau Maquiavel, político e escritor, 6 - Sun Tzu, general e estrategista, 7 - Luis da Câmara Cascudo, folclorista, 8 - Bernardo Horta, político e jornalista cachoeirense, 9 - Franz Kafka, escritor, 10 - Newton Meirelles, cidadão cachoeirense, 11 - Gil Gonçalves, guardador de imagens cachoeirense, 12 - João de Deus Madureira Filho, pensador cachoeirense, 13 - Domingos Calabar, combatente alagoano, 14 - Darcy Ribeiro, escritor, 15 - Marechal Rondon, indigenista, 16 - Tom Zé, cantor compositor, 17 - Millôr Fernandes, escritor, 18 - Dirceu Cardoso, Senador da República (capixaba), 19 - Gilson Carone, prefeito de Cachoeiro, 20 - Hélio Carlos Manhães, prefeito de Cachoeiro, 21 - Deusdedit Baptista, professor cachoeirense, 22 - Clarisse Lispector, escritora, 23 - Carlos Lacerda, jornalista, 24 - Rubem Braga, cronista cachoeirense, 25 - Newton Braga, poeta cachoeirense, 26 - Sérgio Ricardo, compositor, 27 - Ênio Silveira, editor, 28 - Monteiro Lobato, escritor, 29 - Paulo Rónai, escritor, 30 - Aselzion César Moulin, bancário cachoeirense, 31 - Athayr Cagnin, poeta cachoeirense, 32 - D. Helder Câmara, pregador, 33 - Thiago de Mello, poeta, 34 - Érico Veríssimo, escritor, 35 - Arthur Schopenhauer, escritor, 36 - Nelson Sylvan, poeta e pensador cachoeirense, 37 - Pedro Reis, cidadão cachoeirense, 38 - Francisco Alves de Athayde, prefeito de Cachoeiro, 39 - Carlos Maximiliano, jurista, 40 - Pedro Simon, político, 41 - Carlos Ayres de Britto, ministro do STF, 42 - Jefferson Peres, senador, 43 - Christovam Buarque, professor, 44 - José Bonifácio de Andrada e Silva, político do império, 45 - Lima Barreto, escritor, 46 - Johan Sebastian Bach, músico clássico, 47 - Leonardo da Vinci, pintor e escritor, 48 - Willie Nelson, cantor e compositor folk, 49 - Mahatma Gandhi, político, 50 - Zygmunt Bauman, pensador, 51 - Joacyr Pinto, jornalista, 52 - Antonio Ricardo Lopes Picallo, bancário cachoeirense e 53 - Eck Moreira da Fraga, bancário cachoeirense.

Fechados os cinquenta e três personagens, em 2024, não creio que retirarei algum deles para o futuro, mas, quem sabe, à frente, não apareçam 60 ou 70 Personalidades que Fizeram Minha Cabeça?

 


Higner Mansur Advogado, guardião da cultura cachoeirense e, atamente, vereador

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