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Ao despertar, me sinto dentro daquilo que chamam vida


Ao despertar, me sinto dentro daquilo que chamam vida. Espetacular! De início, vejo o acolhimento do teto. Enorme quadrilátero, na cor areia. Depois, profundo, abençoo o dia em que "estou", no conteúdo. Vida! A viagem inusitada e desconhecida. Gloriosa experiência, feita da natureza da oportunidade. Assim, aproveito-me disso. Daí, rapidamente, me alevanto do colchão, aquebrantado. Telefono a Telêmaco. E banho-me. Pronto, vou às novidades! E sigo, tal Guimarães, corajosamente. Nas vias e vielas. Pronuncio nomes. Pessoas, saúdam-me, sob a quinta grandeza, da imensa estrêla a brilhar. Meus caminhos cruzam-se com outros e, é claro, a prosa celebra a suprema condição gregária, a antecipação dos fatos e o contentamento. Avanço e me deparo com o arrebalde. Outras situações, canteiros e olhares compreendendo novas perguntas. Então, por que viver? Precisa mais? Porque é tão benfazejo e diferente, como a crença de que além dos cortes e angústias, indo-se, há a possibilidade, sempre! Eis a boa nova. Tento propaga-la, quase em silêncio, para não espantar os pássaros, na época do ano. E um calor aquece a alma, oxigenada pela respiração de brilhos, filhos e sons." Viver é bom! Viajo pois preciso. Volto porque amo. E escuto, subitamente, meu pai, a reverberar na memória, a indagação, solerte: "Vamos?". Ontem, hoje, respondo: Sim! Iremos, pai, jornada afora. Primeiro amara, e, depois, doce, com cascas passageiras caindo, naturalmente, ao sabor das gargalhadas libertadoras. Tudo é sempre ponto de vista, indo ao estado de espírito, das flores. Quando andamos sobre a face das águas. Cheirando a perfume. Acendendo luzes, para iluminar o caminho. Indo. E invés do lamento, o gesto, vital, e atos transformadores. A transformação! Então, olho a incompreensão coletiva e sorrio, compartilhando com amigos a revelação, nas conversas e abraços. Viver é ir-e-vir!

 

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Sua arte

não é a quantidade de pessoas

que gostam do seu trabalho

sua arte

é

o que seu coração acha do seu trabalho

o que sua alma acha do seu trabalho

é a honestidade

que você tem consigo

e você

nunca deve

trocar honestidade

por identificação

 

- a todos vocês poetas jovens


Giuseppe D'Etorres Advogado

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