Como já previsto, a vitória do deputado Ferraço lhe garante a fidelidade de um prestígio determinado pela realização de obras, de grande repercussão, durante quatro mandatos. Isso, é preciso realçar, se diz de forma indubitável porque fundamentado na opinião dos eleitores. Tudo que foi derramado durante a campanha, por vezes de forma agressiva, se perde diante da votação que obteve. Não que não tenha defeitos. Mas aprendi com um velho mestre que não adianta discutir decisão transitada em julgado.

As comemorações foram suspensas, por óbvio, em decorrência da tragédia que se abateu na família do prefeito Victor Coelho, conhecida de todos, e que deixou um rastro de dor e perplexidade em toda população. É preciso que se diga que o prefeito Victor se comportou exemplarmente em todos os momentos, restringindo o velório apenas aos amigos mais íntimos. Colheu a dor para si próprio, sua esposa e familiares.

O sofrimento, a rigor, traz uma claridade que vem de dentro e irradia uma luz harmoniosa. O prefeito Victor vem vivendo esse sofrimento com a morte de seu irmão e deputado Glauber, assim como, paralelamente, o seu pai, José Afonso, empresário que sempre esteve, por laços, ligado à política.

Dito isso, por imperioso, a vida seguirá seu rumo. A partir de janeiro, Ferraço assumirá pela quinta vez o mandato de prefeito. Aos 86 anos possui, por óbvio, um olhar mais experiente e maduro da realidade não só política como administrativa. Sua relação com o prefeito Victor, por certo, será de uma oposição crítica, sem qualquer acirramento, diferentemente de outros tempos. Lá atrás, enfrentava o MDB, com Hélio Carlos Manhães, Gilson Carone e Roberto Valadão.

Por certo, já não cabe mais em Ferraço aquele temperamento açodado e guerreiro. Até mesmo na campanha procurou agir com equilíbrio em suas falas, sem transbordamentos. Foi tratado do mesmo modo pela candidata do prefeito, Lorena. Não que deixasse a esperteza de lado, sua grande arma durante vida de político. Provavelmente, é o que se espera, deverá ouvir conselhos técnicos e humanistas, pois os tempos são outros. Não há espaço mais para improvisações, as situações administrativas podem ser vistas e antevistas, pois praticamente vivemos uma vida on-line.

Os recursos de hoje são favoráveis até mesmo para acudir sua própria idade e as dificuldades de deslocamentos. O diálogo, desde já, com o prefeito Victor e seus assessores deverá propiciar uma administração mais consentânea com aquilo que a população espera de um novo prefeito.

Ferraço, como prefeito, não terá uma oposição ferrenha, segundo o perfil da Câmara eleita. Nem mesmo o prefeito Victor o fará. Mas não se pode esquecer que teremos eleição para governar e Ricardo Ferraço, além de vice-governador, é candidatíssimo ao governo. Rigorosamente traçará, ao lado de seu pai, metas a serem cumpridas para abrigar sua pretensão. Além, por óbvio, da candidatura de Norma Ayub, à Assembleia ou à Câmara Federal. 

De uma coisa fiquem certos, não terão quaisquer benefícios da administração os deputados Bruno Rezende e Alan Ferreira. Muito menos o candidato derrotado Diego Libardi. Talvez a oposição possa trilhar o caminho que eles traçarem em busca de sobrevivência. Porque votos, Ferraço garante que eles não possuem. Mas, oposição, podem fazer em qualquer democracia.