A votação será retomada hoje, após o presidente Theodorico Ferraço encerrar a sessão de ontem por falta de quórum 

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O dia era de grande expectativa na Assembleia Legislativa (Ales). O motivo: a votação das contas do governo capixaba referentes ao período de 2013 que, mesmo aprovadas pelo relatório do Tribunal de Contas do Estado (TCES), foram rejeitadas pela Comissão de Finanças da Casa na última quarta-feira (10).

Porém, a apreciação do Projeto de Decreto Legislativo (PDL) nº 79/2014, que rejeitava as contas tendo como base o não cumprimento das metas fiscais anuais previstas na Lei de Diretrizes Orçamentárias (LDO), acabou não acontecendo, por falta de quórum.

Apesar de haver mais que os 16 deputados necessários à votação, apenas 15 registraram presença formalmente. A falta do quórum necessário desencadeou discursos acalorados por parte dos parlamentares que queriam votar as contas durante a sessão.

Vários deles usaram a palavra para pedir que os colegas que estavam no plenário, mas que não tinham registrado suas respectivas presenças, se manifestassem ou então que se retirassem.

O presidente da Casa, Theodorico Ferraço (DEM), depois de insistir, sem sucesso, para que os deputados registrassem suas presenças para que o quórum mínimo (16) fosse atingido, suspendeu e depois encerrou a sessão.

 "O clima estava bem ruim. Suspendi a sessão, senti o clima e tomei essa atitude. Assumi essa responsabilidade de encerrar a sessão. Automaticamente, a pauta de amanhã (hoje) é a mesma, espero que tenha clima. A preocupação minha nem é conta de governador, que eu nem voto. Deputado vota a favor ou vota contra. A minha preocupação é o abono que tem que ser votado. E tem o projeto do Tribunal de Justiça, tem o projeto da Procuradoria. Eu tenho que me comportar aqui como juiz, sem partido político", declarou Ferraço, após o encerramento da sessão.

Assim, todos os 37 itens que constavam da ordem do dia foram adiados para a próxima sessão ordinária da Assembleia Legislativa, a ser realizada hoje, a partir das 9h00.

 

Claudio Vereza renuncia  à liderança do PT

Vereza convocou a bancada, mas não foi atendido e então resolveu deixar o posto

 

No desenrolar de críticas dos deputados estaduais presentes aos ausentes na sessão ordinária de ontem da Assembleia Legislativa, que iria analisar as contas de 2013 do governador Renato Casagrande (PSB), Claudio Vereza (PT) renunciou à liderança do Partido dos Trabalhadores na Casa.

Ao defender que a rejeição das contas abriria um precedente para as Câmaras Municipais fazerem o mesmo com prefeitos, Vereza disse que havia uma tentativa de "chicotear" o governador derrotado e lamentou a ausência de dois membros da bancada petista.

"Não é crime, se fosse crime, o governador eleito estaria preso, porque ele cometeu três vezes e eu fui conivente às três", lembrou, referindo-se ao fato de Paulo Hartung não ter cumprido a meta fiscal enquanto comandava o Estado nos anos de 2006, 2009 e 2010.

Na sequência, Vereza comunicou a renúncia. "Eu pensava que ia terminar este mandato com tranquilidade, o governador ganhou no primeiro turno, foi eleito pela terceira vez com o apoio do povo e vai ter maioria nesta Casa. Pra que esta vingança? Pra que instalar este clima na Casa? Neste momento estou renunciando à minha função de líder da bancada, não sinto mais condição de liderar a bancada do PT. A bancada não quis se reunir a pedido do líder, então não sou mais líder", desabafou.

No painel eletrônico estavam registradas as presenças de três dos cinco deputados estaduais do PT. Além de Vereza, constavam os nomes de Genivaldo Lievore e Roberto Carlos.