Cola é denunciado por crime eleitoral - Jornal Fato
Política

Cola é denunciado por crime eleitoral

Candidato que tentava se reeleger deputado federal é acusado de se oferecer para pagar festa de formatura de alunos do Ifes, em Alegre


PRE/ES quer que deputado federal Camilo Cola seja multado por compra de votos 


A Procuradoria Regional Eleitoral no Espírito Santo (PRE/ES) quer a cassação do registro de candidatura do deputado federal Camilo Cola (PMDB), que tentou a reeleição este ano, por compra de votos. Além dele, também é alvo da representação Mitter Mayer Volpasso Borges, que é sobrinho da esposa do deputado. A PRE quer a aplicação de multa para ambos os representados no valor que pode chegar a R$ 53 mil para cada um.

Procurada, a assessoria de Camilo Cola informou que ele ainda não havia sido notificado e que, só após tomar conhecimento formal do teor das denúncias, se pronunciaria.

As supostas irregulares foram denunciadas por meio do Sistema Pardal, disponível no site do Tribunal Regional Eleitoral (TRE). Segundo a representação, Camilo Cola pousou com helicóptero particular no campo de futebol do campus de Alegre do Instituto Federal do Espírito Santo (Ifes), em 15 de setembro de 2014.

Na oportunidade, teria distribuído material de campanha e prometido financiar a festa de formatura das turmas de 3º ano do Ensino Médio da instituição. A proposta, de acordo com a denúncia, foi intermediada por Mitter Mayer Volpasso Borges, que é ex-aluno do Ifes de Alegre, em mensagem enviada pelo WhatsApp e repassada entre os estudantes.

Durante as investigações, foram ouvidos alunos, funcionários e a direção do Ifes. O procurador da República Carlos Vinicius Cabeleira também adotou as providências para que seja apurado o possível ato infracional cometido pelos estudantes, que é análogo ao crime de falso testemunho, pois há notícia de que eles haviam sido instruídos por Mitter a omitir a oferta de financiamento da formatura durante a campanha eleitoral. Mitter esteve no Ifes, no dia 2 de outubro, cerca de três horas antes do horário marcado para os depoimentos dos alunos e conversou reservadamente com eles. Há fotos que confirmam o encontro.

 

Conduta vedada

Além da prática da compra de voto, Camilo Cola também é acusado de incorrer em conduta vedada a agente público, quando, afirma a denúncia, usou as dependências do Ifes para se reunir com alunos em idade de alistamento eleitoral, distribuir material de campanha e oferecer vantagens pessoais em troca de voto. Fotos da visita do candidato foram publicadas em sua página no Facebook.

Para a realização de campanha eleitoral em imóveis pertencentes à administração direta ou indireta da União, a legislação prevê multa, que varia entre R$ 5.320,50 e R$ 106.410,00, além da cassação do registro de candidatura ou do diploma.

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