O fechamento da creche "Ena Coelho", localizada no bairro Valão, em Cachoeiro de Itapemirim, previsto para o ano que vem, provocou a ira dos moradores que em protesto fecharam a Rodovia Mauro Miranda Madureira, uma das principais vias de acesso à região central e região do bairro BNH.

 

Por volta das 17h00, dezenas de moradores fecharam a rodovia com pneu,s que foram incendiados. Equipes da Polícia Militar estiveram no local para acompanhar os manifestantes que com faixas e cartazes pediam que a creche não fosse fechada. Um deles dizia que "tem creche de boa qualidade e que não querem outra". 

 

Líderes da manifestação disseram à PM que o protesto só terminaria quando a secretária de Educação, Cristiane Paris, se pronunciasse. Até às 19h30, quando essa edição foi concluída, a manifestação continuava. A promessa é de que, caso a decisão de fechar a creche persista, na próxima sexta-feira (06) novo protesto será realizado, desta vez em frente à Prefeitura.

 

Prefeitura 

 

De acordo com a Secretaria Municipal de Educação (Seme), os alunos da creche "Ena Coelho" têm vagas garantidas em unidades próximas, como a "Maria das Dores Pinheiro Amaral", que fica a 16 metros, e a "Elísio Cortes Imperial", a um quilômetro. "Essas informações têm sido apresentadas à comunidade e a Secretaria continua aberta ao diálogo com os moradores", disse em nota.  

 

Ainda de segundo a Seme, o objetivo do reordenamento da rede municipal de ensino é garantir melhores condições de atendimento em todas as escolas municipais, para os mais de 21 mil alunos matriculados, seguindo as novas exigências do plano municipal de educação, que é norteado pelos planos nacional e estadual. 
Faz parte desse processo o remanejamento de 4% dos estudantes, hoje matriculados em nove unidades, para outras escolas.

 

Manifestação e acidente causam caos no trânsito

 

A manifestação que começou no horário de pico na Rodovia Mauro Miranda Madureira e um acidente na Avenida Jones dos Santos Neves, onde um caminhão derrubou um poste, quase simultaneamente ao início do protesto, criaram verdadeiro caos no trânsito da cidade. As duas vias são as principais ligações da região dos bairros Aeroporto e BNH com o centro de Cachoeiro. 

 

Em vários pontos do município motoristas estavam desorientados com o nó que se formou no trânsito. Muitos queriam saber o motivo da lentidão foram do comum.

 

"É um absurdo fecharem uma rodovia, como a do Valão nesse horário. Eles têm o direito de se manifestar, mas não podem impedir o nosso direito de ir e vir e causar um transtorno desta proporção no trânsito de Cachoeiro que já não é o dos melhores", reclamou o serrador Carlos Pádua.

 

A manifestação provocou mudança e atraso nos itinerários dos ônibus. Os passageiros, que deixavam o trabalho, foram pegos de surpresa e os pontos de ônibus da região central estavam lotados. Muitos nem sabiam se conseguiriam embarcar nos coletivos para ir para casa.

 

"Já faz uma hora e dez minutos que estou aqui no ponto de ônibus. Trabalhei o dia todo em pé e agora não sei se fico aqui nesse ponto da Rua Bernardo Hora, ou se vou para o ponto lá da Igreja Consolação. Para piorar não há abrigo nesse ponto e começou a chover. A gente sofre", disse a diarista Cenira Ribeiro.

 

No início da noite, o trânsito na Jones dos Santos Neves foi liberado, mas a lentidão ainda continuava. O movimento era ainda maior devido ao feriado prolongado, que para os servidores públicos começa hoje. Muitos já estavam iniciando viagem.