?Sinto necessidade de escrever? - Jornal Fato
Entrevista

?Sinto necessidade de escrever?

A jornalista Regina Monteiro, que assina coluna social no Espírito Santo de FATO, é a entrevistada


Regina Céli de Carvalho Monteiro nasceu no Rio de Janeiro e há 35 anos trabalha como jornalista. É graduada em Comunicação Socialpela Universidade Gama Filho e pós-graduada em 'Sociologia e Política', 'Planejamento em Educação de Nível Superior' com especialização em Assessoria de Comunicação e Assessoria de Imprensa.  Trabalha há 31 anos como servidora pública.

 

Coordenadora da Agência de Notícias do Governo do Estado do Espírito Santo, em Vitória, além de assessora de imprensa das prefeituras de Alegre,Guaçuí e Muniz Freire. A articulista do ES de FATO foi ainda professora e diretora da Faculdade de Filosofia de Alegre (FAFIA).

 

Em Cachoeiro, lecionou diversas disciplinas no curso de comunicação social, do Centro Universitário São Camilo. Atualmente é jornalista da prefeitura de Cachoeiro, onde entrou em 1997 por meio de concurso.

 

Apresentadora de televisão do extinto "Entre Elas", Regina acredita que poderá retornar à telinha ainda neste ano e admite ser jornalista por vocação, mas que o colunismo social surgiu como consequência à sua prática profissional. Confira mais detalhes na entrevista.

 

FATO - Como foi a experiência de apresentar um programa na televisão? Quais foram os melhores momentos?

Regina Monteiro - O programa "Entre Elas" foi uma das melhores experiências profissionais que tive, ao lado de minha grande amiga, a escritora Marilene Depes. Aprendi muito com os nossos entrevistados, todos muito especiais. É difícil apontar os melhores momentos, pois cada tema que abordávamos era de interesse do público.

Acreditamos que a diversificação dos assuntos era a razão do sucesso que alcançamos. O "Entre Elas" era assistido por todos os públicos sem distinção de gênero, idade ou classe social. Eu e Marilene agradecemos muito a todas as pessoas que se dispuseram a colaborar conosco. Realizamos mais de mil entrevistas com personalidades locais, estaduais e nacionais

 

A TV deixou saudades ou foi mais uma etapa de vida cumprida? Gostaria de retornar à telinha?

Esta etapa não foi concluída e temos certeza que ainda faremos muitona TV. Temos recebido apoio dos amigos para o nosso retorno.  Aliás, incentivo para voltarmos à TV não nos falta.

Recentemente o deputado estadual Rodrigo Coelho esteve com o empresário de comunicação Ruy Baromeu conversando a respeito do programa "Entre Elas".

A volta do programa é uma reivindicação dos cidadãos do sul do estado. Assim sendo, acredito que estaremos estreando o "Entre Elas" no início deste ano.

 

Sua coluna semanal tem pitadas de social com jornalismo. Quais das facetas você acha que é mais acentuada: a da jornalista ou a colunista social?

Sou jornalista por vocação. O colunismo social surgiu como conseqüência à minha prática profissional. E gosto muito de fazê-lo. Sou radicalmente contra ao jornalismo praticado por alguns veículos de comunicação, principalmente os da grande mídia, que tem por princípio exaltar a desgraça - ninguém presta e nada é bom.

Esse é um caminho perigoso. O jornalismo que edita as verdades,manipula a informação e ressalta o pior, presta um verdadeiro desserviço à população, poisacaba com a esperança, com o entusiasmo do povo e baixa a autoestima da Nação.

Adotei o caminho inverso. Há muitas coisas boas a serem ditas que só nos fazem bem. Há muita gente realizando que merece reconhecimento. Há sempre dois lados a serem ouvidos. É nesse jornalismo que acredito.

 

Como surgiu a ideia de se aventurar no mundo da moda?

A ideia surgiu de minha experiência pessoal e do desejo de minha filha, Juliana Monteiro, em se tornar uma empresária de moda. O mercado não oferecia opções para as mulheres Plus Size.

Há 08 anos, começamos a trabalhar, estudar com dedicação e planejar a abertura de um espaço de moda que atendesse exclusivamente ao público Plus Size. As mulheres que usam numerações acima de 44 não tinham opções na cidade. E, hoje, oferecemos uma grande variedade em roupas. Enfim, tudo que uma mulher que vista acima de 44 precisa, o Espaço Regina Monteiro - Moda Plus Size oferece.

E mais do que uma loja, o Espaço Regina Monteiro é um local de acolhimento, dedicado a receber, dar dicas e consultoria de moda às mulheres que durante anos foram esquecidas pelo mercado da moda e o comércio local.

 

Suas crônicas sempre trazem um lado intimista da autora. Como se dá o seu processo de criação?

Não sei explicar exatamente. As palavras e eu temos um caso de amor. Se estou em um determinado momento ou vivencio uma situação ou leio algo interessante ou vivo um sentimento, imediatamente um texto invade a minha mente. Vou escrevendo-o mentalmente e de repente ele está pronto no papel. Sinto uma imensa necessidade de escrever. É isso.

 

Como você se define espiritualmente?

Sou filha de uma mãe católica e de um pai espírita Kardecista. Não tenho religião. Mas, aprendi muito com as religiões de meus pais. Tenho uma conexão direta com Deus.

Muita intimidade espiritual com Nossa Senhora. E sou devota de São Jorge. Mas, não freqüento nenhuma igreja. Não sinto necessidade. Entretanto, tenho um profundo respeito por todos os credos e religiões.

 

Como foi a adaptação de uma carioca em Cachoeiro de Itapemirim? Guardando as devidas proporções, existem semelhanças entre os dois?
Tenho paixão por Cachoeiro. Cheguei ao Espírito Santo com 25 anos. Morei em Alegre por 13 anos. Vim para Cachoeiro em busca de melhores condições de vida e educação para os meus filhos. Quando cheguei em Cachoeiro, um sentimento de afeto aqueceu meu coração e tive a nítida impressão de que estava retornando para casa depois de uma longa viagem.

Aqui sinto-me totalmente a vontade - é o meu lugar - o lugar que escolhi para viver. Identifico-me integralmente com a cidade. Participo de tudo que acontece - dos movimentos culturais e sociais. Gosto muito dos cachoeirenses.

Enfim, viver em Cachoeiro me complementa. Quanto às semelhanças, afirmo que o povo cachoeirense é tão afetivo e carinhoso quanto o carioca.

 

O bairrismo é a marca registrada do cachoeirense. Como você analisa essa característica?

Sou bairrista também. Recebi o título de Cidadã Cachoeirense, mas antes mesmo da formalização da cidadania, o que muito agradeço. Játinha certeza de que: modéstia à parte, eu também sou de Cachoeiro! 
 

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