Sedu quer elevar índices de aprendizado - Jornal Fato
Entrevista

Sedu quer elevar índices de aprendizado

Secretaria de Educação planeja elevar o índice de aprendizagem das escolas capixabas.


Apesar de ter investimento acima da média nacional na educação pública, o Espírito Santo é o oitavo estado no ranking do Índice de Desenvolvimento da Educação Básica (Ideb), que avalia o nível de aprendizagem do ensino médio (1º ao 3º ano). De olho nesse número, o Seminário Estadual de Gestão Escolar para Resultados de Aprendizagem reuniu diretores de 250 gestores educacionais de escolas públicas estaduais de ensino médio de meio período nesta quarta (28). O objetivo é que o Estado pule da oitava para terceira posição do Ideb até 2018.

 

O seminário foi realizado no Sesc Praia Formosa, em Aracruz. A programação faz parte do processo formativo dos gestores das escolas participantes do Projeto Jovem de Futuro,implementado pela Secretaria de Estado da Educação (Sedu) em parceria com o Instituto Unibanco - instituição responsável pelo investimento social privado do conglomerado Itaú Unibanco. O novo modelo de gestão foi iniciado este ano em 151 escolas capixabas, beneficiando mais de 72 mil estudantes do Ensino Médio. Ao longo de quatro anos, deverá contemplar toda a rede pública de Ensino Médio do estado.

 

O secretário de Estado da Educação, Haroldo Rocha, avalia que essas novas ferramentas de gestão unificam padrões de avaliação e ação, permitindo acompanhamento unificado e maximizando os resultados. Ele frisa que o estudante tem "o direito de aprender". Destaca ainda que o crescimento do investimento em educação no Espírito Santo é maior que a média brasileira. Segundo ele, o objetivo agora é alinhar tal investimento com a posição que o Estado possui no Ideb, que comtempla o ensino médio (1º ao 3º ano). "O Espírito Santo tem o objetivo de estar entre os melhores do país", afirma. "Temos o terceiro melhor investimento per capta. Queremos estar entre os três melhores do Brasil", complementa.

O treinamento ocorrido nesta quarta dá continuidade a primeira fase de implementação das ferramentas de gestão do programa Jovem de Futuro. O foco é melhorar resultados de aprendizagem. O superintendente executivo do Instituto Unibanco, Ricardo Henriques, participou do seminário. Em entrevista exclusiva, o professor avalia o potencial de crescimento da qualidade de ensino no Estado e elenca existir lastro para que o Espírito Santo esteja entre os primeiros do país em apenas três anos.

 

ADI-ES - Mesmo que o Programa Jovens do Futuropossua o foco na gestão dos diretores escolares, gostaria de saber como essa iniciativa se efetiva em melhoria para os alunos e escolas do interior?

Ricardo Henriques- Boa gestão implica em qualidade da educação. Quando esses diretores estão imbuídos em saber que tudo que esta dentro da escola deve estar a serviço para que o estudante aprenda. A boa gestão garante uso do tempo para pedagogia. Identifica quais são as situações vulneráveis nas turmas, quem são os alunos que aprendem menos em determinada disciplina. Identificando isso consigo programar uma agenda por disciplina e áreas do conhecimento. Tudo a serviço desses meninos. O impacto sobre os estudantes é imediato.

 

O programa inicia no Espírito Santo um ciclo de três anos. É a primeira etapa. Mas quando os alunos começam a sentir os efeitos dessas mudanças de gestão?

O impacto sobre os estudantes é imediato. Esse é o primeiro ano. Temos um primeiro grupo de 151 escolas. Acreditamos que na medida em que a gestão já esta funcionando, ou seja, que os diretores já fizeram um plano e definiram modo de execução, os impactos ocorram naturalmente. Vale lembrar que todo esse processo recebe acompanhamento (supervisores visitam escolas quinzenalmente e as instituições vulneráveis semanalmente).

 

Foi feito um diagnostico dessas 151 primeiras escolas que participam do programa?

Cada escola tem um. Quando você olha para o Ideb, o Espírito Santo esta numa posição intermediária, mas estagnado. Está em 8º lugar. É pouco em relação ao potencial do Espírito Santo. Do ponto de vista da situaçãoeconômicae do capital social do Estado, existe um lastro de crescimento.

 

E qual o maior desafio encontrado no perfil encontrado nas escolas capixabas? Existem calos de aprendizado nas nossas escolas?

O calo é estar nessa zona de conforto ilusória. Estar parado. Essa situação de estagnação em termos de aprendizagem cria certa acomodação. Não está nos últimos lugares, está na passagem para o primeiro tercil, parece bem. Mas qualquer visão mais crítica entre sua potência e trajetória, avaliaria que o Espírito Santo poderia estar muito melhor.

 

Tendo em vista a condição social e econômica do Espírito Santo, onde podemos chegar?

As condições de aprendizagem dependem das condições sociais, limitam ou potencializam. No entanto, qualquer que sejam essas condições, e o Estado do Espírito Santo está longe de ser dos mais vulneráveis do país, um bom diretor e diretora conseguem produzir motivação, engajamento e interesse pela aprendizagem. Esses diretores e diretoras fazem a diferença, principalmente quando possuem ferramentas de método adequadas. A expectativa pode ser colocada como ambição, que é o Espírito Santo estar entre os cinco melhores estados do país em três anos no resultado do Ideb. Acho que isso é possível. 

Comentários