"Todo político é ladrão". "Político só pensa em si mesmo". "Não existe político honesto". Quem nunca ouviu uma dessas frases que me atire a primeira pedra - ou então, vá se informar sobre a arte da enganação na política.

O ex-presidente Lula, em discurso para agricultores de São Bernardo, em São Paulo, há poucos dias disse que Dilma Pedaladas Rousseff "pedalou para ajudar os pobres". E é incrível o grau de cinismo do barbudo: exatamente na mesma frase ele disse que nada entende de pedaladas e nem sabe se elas existiram.

Afinal, Dilma "pedalou para ajudar os pobres" ou as pedaladas fiscais do governo federal, confirmadas em farta documentação do Tribunal de Contas da União (TCU), não existiram? Difícil entender o que esse cara fala, quer, planeja, enfim, só por muito interesse pessoal e/ou político para dar ouvidos as suas asneiras. Melhor conversar com um jumento.

Mas, a "moralista sem moral" Dilma Rousseff não fica para trás. Acuada pelo processo de Impeachment que bate às portas do Planalto - se fôssemos um país sério ela já teria caído e quem sabe já estivesse até presa - também soltou sua pérola em um discurso para sindicalistas da milícia petista chamada CUT - entidade de defesa dos trabalhadores que convoca os filiados a "pegar em armas" para defender um governo corrupto só pode ser milícia - esbravejando que, sobre as acusações que lhes são imputadas, inclusive, ignorando que 90% da população atribuem a ela as mesmas acusações do TCU e mais um sem-número de desmandos, "a sociedade brasileira conhece os chamados moralistas sem moral".

Claro que conhece: ela, Lula, Eduardo Cunha, Renan Calheiros e todos os demais parlamentares que o PT vem comprando desde 2003 para se manter no poder. Esses são os verdadeiros "moralistas sem moral". São farinha do mesmo saco. Com sua ganância pelo dinheiro público, privam a sociedade de suas necessidades mais básicas como saúde, educação de qualidade, segurança, moradias dignas, enfim.

Inclusive, segundo a imprensa livre que ainda sobrevive neste país - Ufa! Graças a Deus! - momentos antes de soltar essa pérola política, a senhora Dilma tinha acabado de autorizar seus ministros a "negociar" um acordo de salvação mútua com o mesmo Eduardo Cunha, a quem se referia como "moralista sem moral".

Eduardo Cunha, acusado de manter quatro contas secretas na Suíça, onde teria recebido alguns milhões da Petropropinabras, como presidente da Câmara dos Deputados é quem tem o poder de analisar e iniciar os pedidos de impeachment da presidente da República. Por isso, teria sido procurado pelos ministros de dona Dilma para negociar o fim dessa conversa de impeachment, e em troca, dariam fim também ao processo de cassação de seu mandato de no Conselho de Ética da Câmara, além da paralisação das investigações da Operação Lava Jato.

Isto, sim, um golpe contra a democracia. E não tem jeito. Sai eleição e entra eleição e nada muda na política brasileira. Dona Dilma definiu bem o que 80% dos políticos brasileiros (sou otimista!) representam para a Nação: "Moralistas sem moral".