Argila e tinta criam os gordinhos de Burarama
A artista plástica Gracinha Sabadini trabalha com a terra e as cores para produzir sua arte
Religiosidade, agricultura, folclore, entre outros, são os temas da carioca que vive no interior de Cachoeiro
A produção segue os passos da qualidade: média de 20 peças por mês, mas sob encomenda, o trabalho pode 'render' mais e quem quiser pode até pedir uma caricatura pessoal ou relacionada à profissão. O diferencial de Maria da Graça Gomes Sabadini, a Gracinha Sabadini, uma carioca que adotou Burarama como sua "segunda terra natal", são os formatos das esculturas sempre gordinhas, baixinhas, e sem pescoço.
Autodidata, ela conta que começou a fazer as esculturas em 2009, a partir de tintas com terra. "Daí, fui ganhando segurança e aumentando o tamanho das minhas peças, fazendo sem técnica nenhuma. Como eu não tinha nenhum conhecimento sobre como lidar com o material, o meu trabalho, que começava de um tamanho, no dia seguinte perdia a umidade e pesava sobre o corpo, ficando meio gordinho. Aí eu adorei o formato, que foi meio por acaso, e comecei a fazer somente dessa forma", revelou, em conversa com a reportagem.
"Quanto à Burarama, é o lugar que moro desde que me casei, há 33 anos. Minha família foi constituída nesse distrito. E, vivendo aqui há tanto tempo, retrato em minhas esculturas o dia a dia do lugar, informando sobre a religiosidade, agricultura, folclore, enfim, uma informação sobre a comunidade", comentou.
"E sendo Cachoeiro uma cidade onde nasceram tantas pessoas conhecidas nacionalmente, achei que eu conseguiria repassar para os meus bonequinhos a imagem de Rubem Braga, Roberto Carlos e Luz Del Fuego, por exemplo", completou.