?Ser ou não Ser?, eis o dilema do PSB - Jornal Fato
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?Ser ou não Ser?, eis o dilema do PSB


O (des)governo Temer tem algumas pré-candidaturas oposicionistas colocadas à presidência da República: Manuela D'Ávila (PC do B), Ciro Gomes (PDT), Boulos (PSOL), Lula (PT) e Marina (Rede), que apoiou o golpe e agora se apresenta como "Madelena arrependida".

 

Não aparece na lista o candidato do PSB, também apoiador do impeachment, que está perdido entre ser ou não ser oposição. O ex-ministro do STF, Joaquim Barbosa, foi o primeiro convidado para ser o candidato a presidente pelo PSB, que em seguida filiou o ex-deputado do PC do B, Aldo Rebelo, que colocou o nome à disposição para a disputa, mas até o momento não houve uma resposta.

 

Especula-se, que o sonho da maioria de seus dirigentes seria compor uma chapa com o governador de São Paulo, Geraldo Alckmim (PSDB), assim como ocorreu na última eleição naquele Estado, onde o PSB apresentou o candidato a vice. Enquanto isso, no Espírito Santo a crise se estabeleceu de forma sistêmica.

 

Segundo o IBGE, tivemos uma retração no PIB de 1,1% em 2015, e uma queda acentuada de 12,2% em 2016, fruto da lama (desastre de Mariana), do fechamento da Samarco, da seca, da política aplicada no país e do volume de recursos próprios investido pelo Estado. O ranking do IBGE nos coloca como o campeão de cortes nos investimento (71%), apenas 590 milhões entre 2015 e 2017, média de 190 milhões/ano, uma miséria. 

 

A taxa de desemprego é de 11.6% e de desalento 1.9%, perfazendo um total de desocupados de dois dígitos: 13.5%. Reflete na seguinte situação: 61.957 casos de furtos e roubos em 2017. A cada seis minutos uma pessoa sofre este tipo de violência (2015 era a cada 15 minutos). Os assaltos com mortes cresceram 43% em 2017.

 

Os homens e mulheres encarcerados somam 19,4 mil, onde só cabem 12 mil prisioneiros, sendo que o estado fica em oitavo lugar em número de presos sem julgamento. Ocupamos o primeiro lugar também em violência doméstica, principalmente contra mulheres negras, com 123 feminicídios em 2017.

 

E Hartung, blindado pela mídia, tenta se colocar como uma liderança nacional, talvez para fugir da responsabilidade de tentar eleger dois senadores, os oito deputados federais e vários deputados estaduais que o apoiam, o que não será nada fácil, embora tenha grande influência sobre as instituições do Estado e conduza o processo eleitoral sem muita oposição.

 

O PT, em sua grande maioria, segue PH de olhos fechados, e o PSB, sob o comando do ex-governador Casagrande, parece intimidado e não decide se fará o confronto, uma vez que no último pleito para governador foi derrotado no primeiro turno. Casagrande parece esperar Hartung se decidir para tomar uma posição, uma vez que o único deputado federal do PSB, Paulo Foletto, parece seguir mais o atual governador do que o ex-governador e companheiro de partido.

 

O PSB conta com dois deputados estaduais, e, apesar de ter eleito alguns prefeitos que estão há um ano no mandato, não tem muito o que apresentar devido à crise que assola o Estado e principalmente os municípios.

 

Caso Hartung resolva continuar no cargo terá uma chapa com dois senadores. Se optar pelo senado, certamente fará a indicação de um candidato a governador. E Casagrande não parece muito disposto enfrentá-lo, seja ao Governo do Estado ou ao Senado, e, ao que tudo indica será candidato a deputado federal para garantir um mandato e sair da planície.

 

Assim, se o ex-governador Casagrande não está disposto enfrentar o "imperador" Hartung, está na hora de construir uma alternativa no campo popular e progressista, e apresentar uma candidatura que possa agregar os setores descontentes com os rumos em que o Estado vai sendo (des) governado.


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