E porquê não!? - Jornal Fato
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E porquê não!?


Acho que não estou sendo inconveniente. Não é o que pretendo. Gostaria somente de saber (eu só queria entender...") o porquê de as nossas Autoridades explicarem, antecipadamente, pela TV as novas estratégias para combate ao crime. E, por oportuno, indagar também o porquê da ferrenha animosidade para com o "Jogo do Bicho", que para muitas pessoas é uma atração, quando seriamente conduzido, e quebra muitos "galhos" da velha guarda e tem também muitos entusiastas mais novos. Já vi muita gente festejando a premiação no "viado", na "borboleta", no "carneiro" e outros 22 bichos, que em criança eu recitava, em ordem, com seus refrões: Número um é o avestruz, que começa a jogação", número cinco é o cachorro, que todos chamam de cão", dezessete é o macaco, que bichinho sem ação", "número 12 é o elefante, que é dos bichos o grandalhão", no dezoito  "é o porco, que é dos bichos porcalhão" e termina com o número 25  "é a vaca que dá leite muito bão".. Quando ninguém acertava é porque "deu zebra".

 

Minha avó fazia seu joguinho, todas as semanas, sem faltar uma. Lembro que certa vez fui fazer um jogo para minha mãe (ela e o papai tinham herdado "alguma coisa" de minha avó, parece). Quando entrei na velha escola de Baiminas, surgiu uma borboleta grande, bonita, rodeando-me. Fiz "sobrar" um troco dos coroas e joguei na Borboleta. Ganhei uma fortuna - seis mil réis. Nunca mais ganhei no bicho, nem rifa, nem sorteio algum. Sorte preguiçosa, se é que ainda estava viva...

 

Acho que poderíamos recorrer a buscas sérias e mais importantes nessa história triste da droga, que mata os jovens curiosos, ou otários, ou rebeldes sem causa, ou incautos se fazendo de valente. A droga vivia, maltrata e mata. Quando ela não mata, alguém mata por ela. Não há escapatória. No entanto, a pouca luta (apesar do esforço de algumas autoridades) não consegue acabar com essa verdadeira desgraça que mata impiedosamente, em suas diversas aparentes. Depois de muito insucesso (para a sociedade) aparecem com o "crack" ainda pior e mais mortal - se é que existe um mais perigoso que outro, sei lá, grapças a Deus nunca pensei em provar - questão apenas de juízo, fortalecido pela educação afetiva e perene do pai pobre, da mãe professora rural.

 

O jogo do Bicho, sempre ouvi comentarem que não havia sujeira nos sorteios. E às vezes "quebra uma árvore" do esperançoso. Acho que os males são menores e o prejuízo também, pois nunca ouvir dizer que quem ganhou ou perdeu no jogo do bicho esteve hospitalizado por força da sorte ou do azar. Existem alguns banqueiros mais ou menos sérios.

Claro, tinha sua parcela de criminalidade, justo por sua proibição. Mas não pode ser pior que as luxuosas casas de jogos, que me parece é livre nos States e outras nações mais aculturadas  Aqui no Brasil pode também não dar certo, mas, aqui é Brasil! O lugar onde as "coisas"  melhores não chegam antes.

 

Eu, seja lá o que for, nunca joguei. Nem mesmo futebol, pois não herdei os talentos todos de meu pai. Outras coisas piores são permitidas e tanto os promotores do vício como os seus usufrutuários, abrigam gente boa e gente má, num tem jeito, Seria um ganho a mais para a Sociedade, que poderia aplicar os lucros em benesses para os jovens, os sem teto os sem grandes esperanças. Um momento!

 

Por favor, não entendam que estou aconselhando emancipar o Jogo, mas acho que deveríamos ser mais rígidos, mais severos com a "diversão" das drogas, que matam, que inutilizam. Alguém diz que a droga é mais cara e sempre sobram propinas para esse, este ou aquele. Não sei nem me aventuro a descobrir.

Mas que poderiam alforriar o "Jogo do Bicho", até que seria menos pernicioso, talvez, e mais divertido. Aí, sim, eu ainda iria tentar recuperar alguma coisa, talvez por intercessão de minha estimada avó, cevadora da vaca e a doceira preferida para a nossa gulodice.

 


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