E lá vamos nós - Jornal Fato
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E lá vamos nós


Vamos! Estamos indo. Para onde? Só Deus sabe.

 

Vivemos lutando a cada dia. Sonhamos com uma vida familiar tranqüila, embora operosa e às vezes até um pouco difícil. E trabalhamos, e lutamos, e sobrevivemos, e sonhando com mudanças de critérios já apontados como inviáveis ou tolos ou desonestos ou obtusos ou injustos em relação ao Povo que trabalha sujeito a normas desonestas, invertidas, quando deveria ser o verdadeiro dono de seu Estado. Ou seja, membros de uma Democracia.

 

Sim, numa Democracia o Povo é o verdadeiro mandatário, com direito (não obrigação) de escolher seus porta-vozes, seus representantes, seus defensores. E justamente aí surge e se perpetua o fulcro de nossos problemas, nacionalmente falando.

 

E alguém logo me indaga: - Por quê?!

 

Confesso que não tenho gabarito teórico para responder com exatidão. Mas observo bem as coisas em derredor e às vezes consigo entender onde está o mal e opinar sobre algo importante, para ilustrar os que já aceitaram a cangalha.

 

Todo o mal deste nosso Brasil é um, só um, em primeiro e último lugar, que o nosso povo não vê, que não interessa aos parvos, que fazem a maioria. Em primeiro e último lugar, o mal é a Política. Sim, o mal, a causa resultante negativa de todos os problemas é esta distorção, este desvio de rota, do comportamento de todos Nós - O POVO, que permitimos aos nossos "representantes" consolidassem os erros que desviam o País do reto caminho que deveria ser o do progresso para o Povo. Como assim? Sim, há alguém ainda que pensa...

 

Esse Mal, esse Erro já está consolidado ao ponto de aceitarmos esses desvios, cada vez mais fortes, e nos deixamos subordinar aos caprichos, à falácia dos espertos desonestos que, falsamente, se fazem autoridades. É fato!

 

Note-se que em alguns Países mais aculturados, mais honestos, a Política é definida como "a ciência do governo dos povos; ciência ou arte de dirigir os negócios públicos, trata de organizar o Estado, a Cidade" e não o caminho para os cofres públicos, com desprezo aos cidadãos, o celeiro de todas as tramóias e mentiras, com usufruto  indevido por alguém mais esperto. Deve ser apenas o exercício modestamente classificado e temporário, exercido por cidadãos responsáveis e confiáveis, que recebem um salário para administrar "a coisa" pública, enquanto gozar da confiança dos demais cidadãos. E devem, sim, receber um salário, um prazo estipulado para passar o cargo a outro escolhido, enquanto ele retorna ao seu ofício. Ou seja, o cidadão, cada um a par de sua profissão, responde pelos atos "do Estado" durante determinado tempo. E esse mandato é mera prestação de serviço responsável, modestamente remunerada, exatamente para não privilegiar esse temporário Mandatário. Em fim, é uma prestação de serviço, com tempo determinado e prestação de contas dos atos praticados como "representante dos demais cidadãos". Um ato honorífico!

 

Nós, aqui no Brasil é que estamos errados, enxergando a Política como profissão. Os vereadores, por exemplo, eram escolhidos entre os mais velhos e experientes, aposentados, que nada recebiam. Bastava o título honorífico de Legisladores. Os prefeitos, trocados regularmente, eram os dirigentes que atendiam às necessidades do "Estado" ou da Cidade. Eram colaboradores, representantes da verdadeira e única autoridade, tinham pequena gratificação e um mandatário superior - o POVO! Eles, os políticos, representam a Autoridade - Povo - somente, não são a verdadeira Autoridade. Mas nós nos esquecemos disso e aceitamos a mentira de quem faz da política uma profissão.

 

Mais tarde inventaram o título, para os Estados, os países - Democracia, que pode ser traduzido também como Governo do Demo, ao invés de Governo do Povo. Afinal, o Povo é que forma o Estado, a Cidade, o País - não deve haver distinção. Aqui no Brasil, principalmente, a Política tornou-se rendosa profissão, criando até imunidade para os ladrões travestidos de qualquer cargo, que deveria ser provisório. E rompeu-se a obrigação de prestar contas ao povo. E surgiram regalias e distinções gratuitas para esses representantes que, quase sempre, não podem, sem castigo, mostrar seus atos.

 

E virou essa zorra que se chama Brasil, talvez a melhor escola de ladrões que se profissionalizaram como "políticos".

 

Mas ainda é tempo de mudar, quando o Povo tiver cultura suficiente para discernir quem é Político, servidor público, de quem é Político, ladrão impune.

 

Evandro Moreira

 


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