De lá prá cá só foram vitórias - Jornal Fato
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De lá prá cá só foram vitórias


 

Pouco antes de ser eleito vereador em Cachoeiro, no período da campanha eleitoral, recebi telefonema do advogado e contador Jacques Douglas Danzi, que me perguntou se, nas minhas intenções de candidato, tinham duas propostas - a do empreendedorismo e a da acessibilidade. De pronto respondi que, com outro nome, tinha empreendedorismo; mas de pronto, também, reconheci que acessibilidade não tinha - a matéria, para mim não tão estranha, me escapara.

 

Ainda antes da eleição, fui ao escritório do Danzi; conversamos por mais de hora. Concordamos sobre o empreendedorismo e confirmei o que lhe prometera pelo telefone:  ainda que na propaganda em papel não estivesse a acessibilidade, comprometi-me a incluir essa matéria tão necessária no meu programa, se não no papel - não dava mais - com certeza no exercício do mandato.

 

Eleito e empossado, voltei ao escritório de Jacques Douglas Danzi para referendar o que eu dissera como "promessa" de campanha não escrita - a acessibilidade está presente na minha atuação como Vereador, e a nova conversa que se deu na semana passada, é o selo do compromisso que assumi.

 

Naquele dia traçamos os primeiros planos, do qual ele é o cobrador e, espero, fiador.

 

O início do trabalho conjunto chegou dessa forma: resolvemos dividir a demanda da acessibilidade em duas partes. Uma olhando para trás, para o já está construído em Cachoeiro; outra, para a frente, para o que vai se construir. Queremos que a acessibilidade se transforme em realidade permanente em Cachoeiro; queremos que se cumpra a lei nas construções futuras.

 

Olhando para trás, verificamos o desastre que é Cachoeiro - 90% ou mais das calçadas cachoeirenses, e dos imóveis também, são absolutamente impróprias para cadeirantes e demais portadores de necessidades especiais. Isso só a longo prazo se conseguirá acertar, sendo certo que em determinados locais, tamanha a irresponsabilidade no construir calçadas e prédios, que é impossível qualquer conserto. Só o tempo e atualizações da lei poderão consertar a coisa - e põe tempo nisso. Enquanto isso, tramamos ver se conseguimos identificar cidade do porte de Cachoeiro - pouco mais ou pouco menos - com morros em quantidade que tenha avançado na acessibilidade. O plano é, identificada a cidade, trazer técnico da prefeitura de lá, para explicar os avanços conseguidos (para isso contamos com auxilio financeiro da Câmara e do Executivo locais).

 

Olhando à frente, vamos utilizar maciçamente a Lei de Transparência na Informação Pública. Todo o imóvel público deverá ter acessibilidade revelada em resposta a requerimento da sociedade; o mesmo se dará quanto a imóveis particulares a ser lançados para o futuro.

 

Ótima a conversa com o Douglas, da qual participaram os advogados Thalyson Inácio de Araujo Rocha e Marcos Santos Mozeli. E a conversa atingiu o ápice quando Douglas disse textualmente e fiz questão de registrar naquele momento: "Sofri acidente em 2005. Fiquei paraplégico. De lá prá cá só foram vitórias". Mais uma lição aprendida com Jacques Douglas Danzi.

 

Gente Séria e... Desesperada

 

Disse Maria Elvira, contadora de histórias: "Ressaca! Tristeza! Constrangimento! Há um cartaz, na porta de uma penitenciária: "Os maus não são bons porque os bons não são melhores!" Precisamos melhorar. Muito!!!"

 

Disse Célia Ferreira, cronista: "Sim, saquear! Esta foi certamente a grande surpresa... Temíamos a ação dos bandidos, dos fora-da-lei, mas nunca imaginávamos ver nossos vizinhos e parentes, as chamadas "pessoas de bem", nossos iguais invadindo estabelecimentos comerciais para tirar à força o que não lhes pertence. E, se o assunto é insegurança, esta agora é a maior delas: a certeza de que não há em quem confiar, que todos estão sujeitos a revelar, à mínima provocação, o pior de si. Tememos a nós mesmos".

 

Disse Almir Forte, ex-vereador: "Cachoeiro viveu um cenário pós-apocalíptico, com arrombamentos e saques a lojas, onde pessoas aparentemente "de bem" se transformaram em verdadeiros vândalos, famílias inteiras, mãe, filhos e filhas de todas as idades praticando furtos, como se participasse de uma grande festa".

 

Disse Simone Lacerda, cronista: "E quem são pessoas do bem? Realmente, vasculho a resposta, tento restituí-la na minha memória e achá-la como um elixir, mas não vejo. Não sabemos quem é o mal e o bem. O que vi foi barbárie. O que vi foi uma população que tomou as rédeas dos marginais e saqueou uma cidade. Roubaram a crença de que o homem é, em sua essência, bom. "Homo homini lúpus." É isto que pousa na minha cabeça".

 

Disse Marcelo Schwan, cronista: "Nos diversos vídeos que circularam pelas redes sociais o que se via eram - pelo menos pela aparência - pessoas dos mais diferentes extratos sociais. Além dos marginais..., pode-se identificar pessoas comuns que se aproveitaram da situação para se beneficiar ilegalmente. Lembrei-me da famosa Lei de Gérson, "o importante é levar vantagem em tudo, certo?" E assim o fizeram: já que as lojas estavam com as portas escancaradas..., por que não aproveitar a oportunidade? E assim o fizeram e com aqueles se misturaram no saque".

 

Disse Paulo Rogério, Superintendente de Polícia: "Houve muitos bandidos no meio, mas também houve muita gente de "bem", que saqueou, que quebrou, que vendeu", comenta o superintendente, que menciona, ainda, estar decepcionado com a população. "Estou muito triste com tudo o que aconteceu. Pessoas que jamais imaginávamos que fariam qualquer coisa parecida. Mães levando crianças para furtar lojas, corrompendo-as ainda pequenas. É uma situação lamentável, não há palavras para expressar tudo isso".

 

Disse Newton Bignotto, professor e intérprete de Maquiavel: "Se num Estado o povo e a elite dirigente estão corrompidos, não há nada a esperar a não ser a morte do corpo político".

 

Disse Maquiavel: "Nos atos de todos os homens, em especial dos governantes, em que não há tribunal a que recorrer, somente importa o êxito, bom ou mal. Procure, pois o governante vencer e preservar o Estado. Os meios empregados sempre serão considerados honrosos e louvados por todos".

 

E eu, Higner Mansur, concluo - Nesses 14 anos de governos amigos dos corruptos; de Lula, a Dilma e a Temer, que afundaram o país e Cachoeiro, não está fora de cogitação, breve, governo ditatorial, que pode ser do bem, que pode ser do mal. E não venha fdp da esquerda ou direita, dizer que é contra ditadura, vez que, ao cabo e ao fim, o da esquerda é a favor do ditador de esquerda e o da direita é a favor do ditador da direita. Não é Fidel? Não é Getúlio Vargas? Não é Peron? Não é 1964?

 


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