Pele branca, pele alva e pele alvo - Jornal Fato
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Pele branca, pele alva e pele alvo

Tive uma breve passagem pela gestão de mídias sociais, mas parei pouco tempo nessa seara.


- Foto Reprodução Web

Gosto muito de aprender com quem tem algo a me ensinar. De verdade, com conteúdo, sem pseudas muitas coisas e pessoas que se apresentam como sumidades que nunca foram.

E em tempos de comunicação e compartilhamentos na velocidade do pensamento, ando na contramão da tendência contemporânea.

Tive uma breve passagem pela gestão de mídias sociais, mas parei pouco tempo nessa seara. Fiz cursos, me preparei, mas sou jornalista na essência (analógica) da palavra. Não gostei desse ambiente virtual, embora tenha assessorado clientes muitos anos fazendo exatamente a mesma coisa, sem o feed back instantâneo da internet.

Não sou afeita a exposição desnecessária. Isso é ruim? Acho que é péssimo. Aprendi no meu curso de especialização em marketing, falando grosso modo, que quem não é visto não é lembrado. Então é importante aparecer. Às vezes me sinto péssima pela reclusão que escolhi. Do ponto de vista profissional, a exposição qualificada é fundamental. Do ponto de vista pessoal, a privacidade conta muito. Mas quem sou eu na fila do pão para querer privacidade?

Para começar, não sou uma figura pública. Então posso decidir, mesmo correndo o risco do isolamento, me permitir levar minha vida longe dos holofotes, cercada das pessoas que escolhi, e até distante fisicamente, como estou de muitas pessoas especiais que amo e não vejo há quase dois anos por causa da pandemia.

Assistindo a uma entrevista do Emicida, ele diz que faz uma leitura valiosa do que significa a sua privacidade e que não expor a vida da família é uma maneira de demonstrar respeito pelas pessoas do seu círculo mais íntimo.

Destacou que é muito claro para ele o que é seu e o que pode ser mostrado ao mundo. "Até onde você se expõe? Até que ponto essa exposição é saudável? Acho muito agressivo que eu imponha isso a quem não compreende isso, que são as crianças e os pets, especialmente, em busca de likes".

Emicida destaca que não quer a pressão de mostrar uma vida perfeita nas redes sociais, que não permite que isso se imponha na sua vida porque considera isso doentio. Que quando estão juntos falam das alegrias e tristezas.

Tenho muito respeito pela trajetória do Emicida. E é bom saber que embora possa, ele não quer se expor.

Acho que às vezes a gente está tão feliz que quer compartilhar com os "amigos" das redes sociais.  Faz parte. E está tudo bem. Que fique bem claro. Cada um tem o direito de fazer o que acha melhor de sua vida.

Da minha parte, sigo na contramão. Fazendo o maior esforço para não permitir que as pressões me impulsionem, nessa altura da vida, a fazer o que eu não quero.

Mas sigam o conselho dos marqueteiros e apareçam. Há influencers ganhando muito dinheiro pelas redes sociais. E outros que se intitulam influencers (mas têm engajamento próximo de zero), que usam as redes sociais de forma equivocada. Esses são os piores de assessorar porque acham que sabem tudo. E realmente eu não tenho mais paciência para isso.

Sabe quando você chega numa fase em que prefere ser feliz do que estar certo? Pois é. Quero ser lembrada por aqueles que realmente se importem comigo e agreguem valor à minha trajetória. Eu quero, eu mereço. E eu posso. E está tudo bem.

 


Anete Lacerda Jornalista

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