Recentemente me dei conta de que vivo em constante oração. Já sei, e sempre soube, que a espiritualidade é fundamental na minha vida, mesmo nos momentos em que a intimidade com Deus não foi tão intensa por um ou outro motivo que não cabe enumerar.

Se vou pegar a estrada, oro para que o trânsito flua sem acidentes e nem imprudência da minha parte nem dos outros motoristas.

Se vou para um lugar em que sei ser difícil estacionar, saio de casa orando para que eu consiga a bendita vaga sem ter que dar dez voltas no quarteirão.

Se vou buscar minha sobrinha-neta, de dois aninhos, para passar o dia conosco, já começo a orar no dia anterior.

Afinal de contas, estarei carregando um tesouro muito precioso para a família toda e a intervenção divina é o caminho para um deslocamento seguro. Creio firmemente nisso.

Eu acredito em milagres e na proteção divina. E por isso clamo para que os anjos estejam acampados ao redor das minhas filhas e da minha família, onde quer que estejam.

Minha oração é para que sejam protegidas dos homens e das mulheres más. Porque sabemos que de pessoas tóxicas e mal intencionadas o mundo está cheio.

Os meus sonhos e planos, cada um deles, são colocados o tempo todo diante do Senhor. Preciso confessar que nem sempre (muito mais vezes do que gostaria de admitir) entendo o porquê daquilo que me parecia a boa, perfeita e agradável vontade de Deus não vingar e ser um aparente e retumbante fracasso. Fico no papel de coitada e injustiçada por pouco tempo.

Vejo claramente, após muitas pancadas e reflexões, que o coitadismo não me cai bem. Então se uma porta se fecha, agradeço a Deus. Algo me frustra, gratidão àquele que é Soberano na minha vida.

Sofro decepções (e foram incontáveis), entendo que o melhor da parte de Deus se cumpriu e que não há motivos para lamentações intermináveis.

Mas preciso deixar uma coisa bem clara. Não associem a minha fé (inabalável na maior parte do tempo) à religiosidade. Não sou religiosa. Sou adepta do cristianismo que prega o amor, a inclusão, a partilha e a preocupação com o outro.

Uma frase do filósofo americano Dallas Albert Willard me motiva a continuar esses momentos de intimidade com Deus em todas as circunstâncias. " A oração é uma conversa com Deus a respeito de algo que estamos fazendo juntos".

Então, mesmo diante dos meus aparentes fracassos, prossigo para o alvo desejando essa conversa para fazermos ainda muitas coisas juntos.

A cada dia que passa, não importam as intempéries, tenho convicção que se "O Senhor está comigo; não temerei o que me pode fazer o homem". (Salmos 118:6). 

Em paz, sigo firme e forte mantendo a fé que me sustenta. Que a luz do Espírito Santo reflita através da minha vida. Essa também é uma constante oração. Que assim seja.