Adequação aos novos tempos - Jornal Fato
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Adequação aos novos tempos

Nada mais natural que o mundo da moda investisse nesse novo público mais experiente


- Foto: Reprodução/Web

Há dias fomos surpreendidos com uma campanha publicitária apresentando senhoras, diga-se de passagem - belíssimas, como modelos de grife. Causou espanto? Causou impacto? Seja lá o que tenha causado, foi muito positivo. A decisão da escolha não foi um movimento isolado da sábia lojista. Ele já acontece em todo mundo, que assiste uma reviravolta no mundo fashion e no setor de beleza, até então mais direcionado ao frescor da juventude.

Aí surgiu o paradoxo. Com a expectativa de vida aumentando a cada ano, com os meios de comunicação colocando as pessoas, independentemente da idade, numa idêntica sintonia, com os recursos de medicina e estética prolongando a vida e a beleza, com a emancipação feminina possibilitando tempo e recursos para o cuidado maior consigo, e principalmente com o poder aquisitivo da terceira idade, nada mais natural que o mundo da moda investisse nesse novo público.

As nossas mães já eram idosas com 50 anos. Basta observar as fotos de família e perceber a diferença que havia entre as gerações. Hoje ao pais se vestem e se comportam como seus filhos, as academias de ginástica são frequentadas por três gerações distintas, os esportes idem, e a ninguém causa espanto. O estereótipo da idosa sentada na cadeira de balanço fazendo crochê e bolos para os netos, e do idoso jogando dominó nas pracinhas, é imagem ultrapassada. A geração de idosos hoje é ativa, participativa e glamourosa. As maiores grifes internacionais já não usam como vitrine somente jovens de 18 a 25 anos. As campanhas reúnem modelos de cinquentões até oitentões, e a que faz grande sucesso hoje no exterior é uma senhora de oitenta e tantos anos, que continua lindíssima nas fotos produzidas.

E para quem está pensando que se trata de um movimento que atinge apenas idosos com alto poder aquisitivo, é importante frisar que o empoderamento deles acontece hoje em todas as classes e setores. Basta constatar a presença maciça nas Conferências, a presença efetiva nos Conselhos de Direitos, a organização dos grupos em todas as comunidades de periferia, a participação nas atividades de ginástica e dança. E a exigência de respeito aos seus direitos, talvez mais vigorosa naqueles de menor renda. Os idosos promovem a revolução geracional do século!      


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