A Previdência e o Mercado - Jornal Fato
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A Previdência e o Mercado

O chamado mercado está muito agradecido e se preparando para eleger o futuro Presidente e a maioria do Congresso Nacional


Estamos em um ano de eleições para os cargos mais importantes daqueles que dirigirão os destinos do país e dos Estados. Vamos eleger o Presidente da República, os Senadores, os Deputados Federais, os Governadores e os Deputados Estaduais. No entanto, a maioria da população não anda muito satisfeita com a classe política, enquanto o grande capital financeiro Internacional, o chamado mercado, está muito agradecido e se preparando para eleger o futuro Presidente e a maioria do Congresso Nacional.

É de conhecimento de todos que o "senhor mercado" não vota, é um ser etéreo, invisível e onipresente que usa o poder da grande mídia, sob seu controle, para manipular a opinião pública da maneira que mais lhe convém, e conta, inclusive, com as chamadas agências de risco que avaliam, de acordo com seus interesses a capacidade dos países em cumprir as metas estabelecidas por eles.

Entre essas metas, estão as taxas de juros, os investimentos, as reformas das leis trabalhistas, a terceirização, as isenções fiscais a grandes empresas, a entrega do patrimônio nacional, a privatização do setor elétrico - que foi construído com dinheiro de nossos impostos - e a atual proposta de reforma da Previdência.

Antes, era o FMI que ditava as regras de como deveríamos conduzir nossa política econômica, hoje não temos mais dívidas com o FMI, que foi substituído pelas Agências de Risco, pagas pelo capital financeiro Internacional e os banqueiros nacionais, que usam a estratégia de rebaixamento da nota do país para chantagear e obrigar o governo e o Congresso Nacional a aprovarem, agora, a reforma da Previdência.

Isso, com um único objetivo de fazer sobrar dinheiro para pagamento de algo em torno de 430 bilhões de reais por ano, referente apenas aos juros da dívida interna, no percentual de 10 por cento, o equivalente a 6,5 por cento do nosso Produto Interno Bruto, enquanto na maioria dos países ricos da Europa e o Japão os juros da dívida pública são negativos.

E o governo submisso aos interesses do capital financeiro aceita e reproduz a chantagem afirmando que o país não cresse por culpa da Previdência, antes, era por culpa da CLT, o próximo culpado poderá ser papai Noel, Branca de Neve, Cinderela ou qualquer outro fator que não esteja alinhado com a politica de submissão a que o país vai sendo conduzido de forma bem rápida para não dar tempo as pessoas de perceberem que estão sendo lesadas em plena luz do dia.

E nessa briga para satisfazer o todo poderoso mercado, o presidente da câmara deputado Rodrigo Maia (DEM) e o ministro Henrique Meirelles, já andam se estranhando publicamente para saber quem será o grande vencedor aos olhos dos donos do capital, caso a reforma da Previdência seja aprovada. Ambos, disputam o espólio de Temer e do capital financeiro, para tentar se viabilizar como candidato a Presidente da República e perpetuarem a manutenção do desmonte dos direitos sociais e o fim de nossa soberania.

Assim, este ano vamos decidir se queremos um governo que tenha compromisso com o desenvolvimento, com a reconstrução da democracia, com a independência do país, com a defesa de nossa soberania ou um governo de subordinação ao grande capital financeiro internacional.

 


Almir Forte Almir Forte dos Santos, Formado em Direito, Servidor Publico Federal, Ex-vereador por três mandatos pelo PC do B em Cachoeiro de Itapemirim.

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