A duas semanas da eleição municipal o prognóstico me parece claro, segundo pesquisa que, até prova em contrário, merece credibilidade: Ferraço deve vencer o pleito. Os ataques duros que sofreu, as obras que repercutem até hoje. O pouco tempo de TV da candidata Lorena encolheu as obras do prefeito no sentido de divulgação. Era, a rigor, o grande trunfo da candidata. Bem, tal previsão só deixará de acontecer se algo muito importante surgir nessa reta final. O que é improvável. Mas, pode ser que o prefeito Victor tire um coelho da cartola...
Por outro lado, o candidato Diego Libardi, que apresentou como trunfos os deputados estaduais ? Bruno Rezende e Alan Ferreira ? e a simpatia da juventude, se esforçou para demonstrar que seria o novo líder da política cachoeirense. Mas, a rigor, se perdeu numa imensidão de propostas que sequer a população reteve em sua memória. Aliás, diga-se, é filho político de Ferraço, com quem se confronta hoje atribuindo adjetivos que passam pela idade avançada e chega a incapacidade, implicitamente, de governar por problemas de saúde. Não colou. Acho até que teve efeito contrário.
Casteglione, que já governou Cachoeiro, mesmo pertencendo ao PT e tendo Lula como seu apoiador, de longe, não empolgou. Absolutamente. Fez uma campanha pífia. Por outro lado, o vereador Léo Camargo embarcou na canoa do ex-presidente Bolsonaro, gravando ao lado da sua mulher, Michele, Magno Malta e os outros da troupe. Mas, a rigor, o que Bolsonaro pode fazer por Cachoeiro, perguntam os eleitores?
Bem, esta análise me parece feita com dados consolidados, mas tudo pode acontecer na vida, inclusive nada. Ou seja: o quadro deve se manter estável até o dia da eleição. Basta dizer que o governador Renato Casagrande se manteve equidistante, mas sabendo de tudo. De bobo não tem nada. Ademais, a candidata Lorena, é de seu partido. Acompanhou, de longe, as pesquisas e acabou por não querer se queimar. Mas, sua aprovação no estado é incontestável.
Uma pergunta que se mantém: como sai o prefeito Victor dessa eleição? Foram dois anos de mandato. Com muitas obras, mas, digamos, o que já se detectava antes: falhou sua assessoria de divulgação. Lá atrás, daqui deste espaço, ponderei que a Secretaria de Comunicação não divulgava o andamento das obras ? importantíssimas ? de macrodrenagem. Não estabeleceu um elo com a população. A secretária se achava um geniozinho e deu no que deu. Os adversários aproveitaram as dificuldades na execução das mesmas e hipertrofiaram os supostos danos. Principalmente no comércio.
Estou assistindo, nas redes sociais, ao prefeito Victor, com grande esforço, explicando, didaticamente, todo o procedimento na execução das obras. Mas, a rigor, já é tarde em termos de repercussão eleitoral. Mas o que enfatizei, lá atrás, era a dificuldade de a população absorver explicações técnicas, e que precisava de imagens. Mas a secretaria de Comunicação insistia em não fazê-lo. Até hoje não entendi a relutância.
Agora, Victor precisa cuidar de seu futuro político. Pois a derrota nunca é boa para quem está saindo. A não ser que o prefeito ou prefeita que assumir seja uma grande decepção. Mesmo assim, precisa continuar prestando contas. E ele tem obra para mostrar. Mas a falha, nesse quesito, é notória. O trabalho de divulgação fica engolfado pela campanha, pela briga de adversários, pela confusão de informações.
Ademais, o Tribunal Superior Eleitoral (TSE) aprovou, anteontem, uma norma que deixa clara a proibição de apostas on-line sobre as eleições deste ano. A resolução torna a prática um ilícito eleitoral, já que a legislação de hoje não é taxativa sobre essa proibição. Ou seja: busca a necessidade de garantir um pleito seguro e transparente em relação ao eleitores.