Felicidade e Saúde

O troféu pelo alcance da felicidade, nem sempre existente

06/06/2023 10:41
Felicidade e Saúde /Foto: Reprodução/Web

Vivemos sob a obrigação de aparentarmos felicidade. Exibimos carro, celular, casa, boa aparência... Como um troféu pelo alcance da felicidade, nem sempre existente. Uma cobrança da sociedade. Mas, o mal estar é frequente. A melancolia nos acompanha e nos assusta a todo instante. Vivemos em conflito, buscamos a felicidade em meio à ansiedade e nos deparamos com momentos angustiantes.

A Organização Mundial da Saúde (OMS) e a nossa Constituição apresentam a saúde como um completo bem estar físico, mental e social. A saúde não é a simples ausência da doença física. Torna-se algo complexo, depende de nós e da relação com os nossos vizinhos. Depende da espiritualidade. Depende, também, do sentimento altruísta. De nos colocarmos no lugar do outro. Portanto, ao nos sentirmos saudáveis, é porque além de nós, outros se sentem bem, e assim, felizes. A felicidade pode existir, mesmo que o estado físico corporal não se apresente normal, depende do estilo e comportamento na vida diária, depende da postura humana. Cada vez mais é demonstrado que uma pessoa feliz vive mais e com qualidade.

Apesar de sentirmos e sabermos essas verdades, algo aparentemente óbvio, vivemos fragmentados, pela metade. Sentimentos necessidade de agir no mundo e percebemos uma incapacidade de fazer, com isso nos deprimimos. Como se a tristeza, os limites nas capacidades não pudessem existir. Para esquecermos nossas fraquezas, nos escondemos no consumo material. Guiados pela propaganda de coisas superficiais, aparentemente belas.

Sendo assim, necessitamos repensar valores, priorizar relações afetivas e não apenas acumulo de bens. Algo fácil de falar, difícil de realizar. Mas, cada vez mais as provas se acumulam que o ser humano ativa, efetivamente, as sensações do prazer quando escolhem o bem, quando realizam doações. Biologicamente estamos preparados para a liberação fisiológica e hormonal do prazer quando fazemos o bem, e assim, nos sentimos realizados e menos melancólicos. Isto é, quando fazemos caridade, ativamos relação amorosa e de amizade, confiamos e perdoamos, são ações que provocam a felicidade e saúde psicossocial que afetam e mudam nosso estado físico. Com as virtudes agimos corretamente. Ao agir corretamente nos sentimos felizes.

Falta, para a sociedade, a educação para as emoções. Melhorar a qualidade dos nossos sentimentos. Deveria começar na infância, nas escolas e seguir na vida adulta, em nosso trabalho, nas cadeias, nos hospitais... Melhorar a qualidade das relações de uns com os outros. Criar estruturas sociais e educacionais que ajudem nisso - a humanização nos hospitais, com a nossa atenção voltada para o doente e menos para a doença, é um bom caminho para trabalhar as afetividades. Afinal, o ser humano necessita de afeto. A genética influencia a saúde e a felicidade - nascemos deste ou daquele jeito. Porém, o maior determinante de como seremos e nos sentiremos na vida, depende de desenvolvermos estratégias práticas, comportamentais e estilosas que nos tragam, de fato, a saúde e a felicidade.