Psicóloga do Hospital Evangélico fala sobre o Setembro Amarelo - Jornal Fato
Saúde

Psicóloga do Hospital Evangélico fala sobre o Setembro Amarelo

Mês é dedicado à busca da conscientização e prevenção ao suicídio


- Foto Divulgação/HECI

Setembro é o mês mais brasileiro do ano. É ao mesmo tempo verde pelo combate ao câncer de intestino e pelo SIM à doação de órgãos e também amarelo em alusão à conscientização e prevenção do suicídio.

Você sabia que que uma pessoa tira a própria vida a cada 40 segundos em alguma parte do mundo? Somente no Brasil, o suicídio é a quarta causa mais comum de morte entre os jovens.

A psicóloga do Hospital Evangélico, Káthia Braga, explica mais sobre esse assunto, nessa entrevista exclusiva e ainda nos fala sobre os eventos que o HECI irá realizar para celebrar o mês.

1 - O que é a Campanha do Setembro Amarelo?

Kathia: É uma Campanha que surgiu por iniciativa do Centro de Valorização da Vida (CVV), que tem como objetivo possibilitar um diálogo sobre o suicídio com a sociedade. Desde 2015, este mês é o escolhido para se buscar a conscientização e a prevenção do suicídio, que nada mais são que doenças mentais não tratadas. Aproximadamente 60% das pessoas se matam porque não conseguem ajuda. 90% dos casos podem ser evitados, então o Setembro Amarelo se propõe a isso, a trazer o diálogo e assim, prevenir o suicídio.

2 - Pode conceituar suicídio?

Kathia: O suicídio é um fenômeno complexo, multifacetado e de múltiplas determinações, que pode afetar indivíduos de diferentes origens, classes sociais, idades, orientações sexuais e identidades de gênero. Mas o suicídio pode ser prevenido! Saber reconhecer os sinais de alerta em si mesmo ou em alguém próximo a você pode ser o primeiro e mais importante passo. Por isso, fique atento(a) se a pessoa demonstra comportamento suicida e procure ajudá-la.

3 - E quais seriam esses sinais de alerta?

Kathia: Os sinais de alerta não devem ser considerados isoladamente. Não há uma "receita" para detectar seguramente quando uma pessoa está vivenciando uma crise suicida, nem se tem algum tipo de tendência suicida. Entretanto, um indivíduo em sofrimento pode dar certos sinais, que devem chamar a atenção de seus familiares e amigos próximos, sobretudo se muitos desses sinais se manifestam ao mesmo tempo.

4 - Por exemplo?

Kathia: O aparecimento ou agravamento de problemas de conduta ou de manifestações verbais durante, pelo menos, duas semanas; preocupação com sua própria morte ou falta de esperança; expressão de ideias ou de intenções suicidas e Isolamento.

Há também algumas frases que podem ser observadas como sinais de alertas, como:

"Eu prefiro estar morto"; "Eu não posso fazer nada"; "Eu não aguento mais"; "Eu sou um perdedor e um peso para minha família"; "Os outros vão ser mais felizes sem mim"

5 - Este é um assunto muito sério e importante para a saúde pública. Como o Hospital Evangélico pretende tratá-lo?

Kathia: Nos dias 18 e 19 de setembro, vamos promover uma tarde para falar sobre o assunto, com palestra e oficina. Na quarta (18) vamos ter a palestra "Como lidar com comportamento suicida no hospital geral", com a psicóloga Flávia Ávila e na quinta (19) "Suicídio é questão de saúde pública", com a psicóloga Cleonice de Paula Oliveira. Os eventos acontecerão no auditório do HECI, a partir das 13h. Todos podem participar!

 

Fato Curioso

Mike Emme, um rapaz norte-americano de 17 anos, conhecido por sua personalidade caridosa e por suas habilidades mecânicas, restaurou sozinho, um Mustang 68 ao qual usou a cor amarela para pintá-lo. Em 1994, ele se matou. Em seu funeral, seus pais Dale e Darlene Emme dispuseram uma cesta com 500 fitas amarelas com um pequeno cartão que dizia "Se você precisar, peça ajuda"

Em 2003 a OMS instituiu o dia 10 de setembro para ser o Dia Mundial da Prevenção do Suicídio, e o amarelo do mustang de Mike é a cor escolhida para representar este sentimento.

Comentários