Mpox não é nova covid, diz diretor da OMS na Europa

Há necessidade de compra de vacinas

20/08/2024 13:45
Mpox não é nova covid, diz diretor da OMS na Europa /Foto: Reprodução/web

O diretor regional da Organização Mundial da Saúde (OMS) para a Europa, Hans Kluge, disse nesta terça-feira (20), em Genebra, que a mpox - independentemente de se tratar da nova variante 1, por trás do surto atual na África, ou da variante 2, responsável pela emergência global em 2022 - não configura ?uma nova covid?.

?Sabemos muito sobre a variante 2. Ainda precisamos aprender mais sobre a variante 1. Com base no que sabemos, a mpox é transmitida sobretudo através do contato da pele com as lesões, inclusive durante o sexo?, disse. ?Sabemos como controlar a mpox e ? no continente europeu ? os passos necessários para eliminar completamente a transmissão,? disse.

O diretor regional da OMS lembrou que, há dois anos, foi possível controlar a doença na Europa graças ao envolvimento direto com grupos mais afetados, incluindo homens que fazem sexo com homens (HSH). ?Implementamos uma vigilância robusta, investigamos exaustivamente novos contatos de pacientes e fornecemos conselhos sólidos de saúde pública?, detalhou.

?Mudança de comportamento, ações não discriminatórias de saúde pública e vacinação contra a mpox contribuíram para controlar o surto [em 2022]?, disse. ?Mas, devido à falta de compromisso e de recursos, falhamos na reta final?, alertou, ao citar que a Europa registra, atualmente, cerca de 100 novos casos da variante 2 todos os meses.

 

Emergência global

Para Kluge, a nova emergência global por mpox - provocada pela nova variante 1 - permite que o continente volte a se concentrar também na variante 2. Dentre as ações destacadas por ele estão fortalecer a vigilância e o diagnóstico de casos e emitir recomendações de saúde pública, inclusive para viajantes, ?baseados na ciência, não no medo, sem estigma e sem discriminação?.

O diretor OMS Europa destacou ainda a necessidade de aquisição de vacinas e medicamentos antivirais para os que mais precisam, conforme estratégias de risco. ?Em suma, mesmo que reforcemos a vigilância contra a nova variante 1, podemos ? e devemos ? nos esforçar para eliminar a variante 2 do continente de uma vez por todas?, preconizou.

?A necessidade de uma resposta coordenada, neste momento, é maior na região africana. O Centro de Controle e Prevenção de Doenças na África declarou a mpox uma emergência continental pouco antes da declaração global feita pela OMS. A Europa deve optar por agir em solidariedade?, concluiu, ao citar ações imediatas para o que classificou como ?momento crítico?, como também ações de longo prazo.