Cerca de 70% dos atendimentos realizados no Hospital Infantil Francisco de Assis (Hifa), de Cachoeiro de Itapemirim foi para crianças que sequer necessitariam estar lá. A afirmação é do médico Josemar Simões Carrêro, que coordena o pronto-socorro do Hospital.
Nos últimos 180 dias, segundo ele, sete de cada dez pacientes estavam acometidos por gastroenterite, virose muito comum no verão, que apresenta em sua maioria sintomas leves. Por isso o tratamento pode ser feito de casa após prescrição do médico da unidade de saúde do bairro.
Recentemente, o hospital registrou aumento no número de atendimentos, o que ocasionou superlotação e uma longa espera de até cinco horas. Apesar do protocolo de Manchester, seguido na instituição, prelecionar que o paciente pode esperar até seis horas para ser atendido, o hospital contratou mais um médico para atender à noite. O profissional se junta aos outros dois que atendem no mesmo período no pronto atendimento, que durante o dia conta com mais três profissionais. Já o pronto socorro, por sua vez, conta com um médico por turno.
Josemar alerta que a aglomeração de pacientes pode favorecer a propagação de doenças. Ele dá sugestões para evitar que este problema aconteça, e possa vir a prejudicar o atendimento aos pacientes que dão entrada no hospital.
Explica que se deve buscar atendimento no Hospital Infantil para as crianças que apresentarem febre alta persistente, mialgia (inflamação que gera dores musculares), vômito - que não consiga conter -, apatia e desidratação aguda.
Dengue
Os casos de dengue, com a alta incidência no Espírito Santo, representam apenas 10% a 15% das crianças atendidas no Hifa atualmente. Caso a doença apresente sintomas leves, deve-se buscar primeiro o atendimento local, tendo a mesma orientação para a covid-19 em sua forma leve.