Gripe aviária: Associação de Avicultores se manifesta sobre os casos no ES

A realização de exposições, torneios, feiras e demais eventos com aglomeração de aves continua suspensa em todo território nacional.

18/05/2023 11:16
Gripe aviária: Associação de Avicultores se manifesta sobre os casos no ES /Foto: Ilustrativa.

A Associação dos Avicultores do Estado do Espírito Santo (AVES) divulgou uma nota nesta quarta-feira (17) que está monitorando o surgimento no Espírito Santo do vírus da gripe aviária H5N1, de alta patogenicidade (IAAP), em três aves migratórias costeiras, sendo duas aves da espécie Thalasseus acuflavidus (trinta-réis de bando) e uma ave da espécie Sula leucogaster (atobá-pardo).

A entidade reforça que está atuando em conjunto com o Departamento de Saúde Animal da Secretaria de Defesa Agropecuária do Ministério da Agricultura e Pecuária (DSA/SDA/Mapa), a Associação Brasileira de Proteína Animal (ABPA), a Secretaria de Estado da Agricultura, Abastecimento, Aquicultura e Pesca (Seag) e o Instituto de Defesa Agropecuária e Florestal do Espírito Santo (Idaf). 

 

O que muda nos status sanitários do Estado e no Brasil? 

A AVES esclarece que a detecção da infecção pelo vírus da IAAP em aves silvestres não compromete a condição do Espírito Santo e nem do Brasil como país livre de IAAP. Não há qualquer mudança em relação ao abastecimento interno de produtos e os demais países não devem impor restrições ao comércio internacional de produtos avícolas brasileiros como consequência da notificação.

No Espírito Santo e em todo o País, foram intensificadas as ações de vigilância em populações de aves domésticas e silvestres, em especial nas regiões relacionadas a este evento. A depender da evolução das investigações e do cenário epidemiológico, novas medidas poderão ser adotadas pelo Mapa e pelos órgãos estaduais de saúde animal para evitar a disseminação da IAAP e proteger a avicultura nacional. 

A realização de exposições, torneios, feiras e demais eventos com aglomeração de aves continua suspensa em todo território nacional, de acordo com a Portaria MAPA nº 572, de 29/3/2023.

Conforme destaca a AVES, atualmente, o mundo vivencia a maior epidemia já registrada de IAAP e a maioria dos casos está relacionada ao contato de aves silvestres migratórias com aves domésticas de subsistência, de produção ou aves silvestres locais.

Na América do Sul, desde outubro de 2022, já foram notificados focos da doença na Colômbia, Equador, Venezuela, Peru, Chile, Bolívia, Uruguai e Argentina, em alguns casos limitando-se a aves silvestres e outros atingindo aves domésticas de subsistência ou de produção.

 

Há riscos no consumo de ovos e de carne de aves?

A AVES e a ABPA ressaltam que é totalmente seguro o consumo da carne de aves e ovos, segundo informações cientificamente respaldadas pela OMSA, pela Organização das Nações Unidas para a Alimentação e Agricultura (FAO) e outros órgãos reconhecidos internacionalmente.

De qualquer forma, é importante destacar que as aves que possam vir a ficar enfermas não são utilizadas para a produção de alimentos. Para segurança de todos, e impedir que a doença se espalhe, é realizado o abate sanitário.

 

Como a população pode ajudar na identificação? 

A detecção precoce e a notificação de suspeitas de Influenza Aviária são muito importantes, pois permite uma resposta rápida, a fim de evitar a disseminação da doença e, como consequência, um prejuízo maior.

No Espírito Santo, a notificação de casos suspeitos ou a identificação de mortes anormais, deve ser notificada imediatamente ao Idaf.

A notificação pode ser feita por qualquer pessoa, pelo sistema e-sisbravet, por telefone ou e-mail de qualquer unidade do Idaf, ou pessoalmente.

Mas atenção, em caso de identificação de aves doentes, ou, alta mortalidade de aves, não se deve tocar nas aves, para evitar o contato com a doença.

Para mais informações, acesse o site: www.idaf.es.gov.br/influenza-aviaria

 

Quais são as orientações para os produtores?

A AVES tem intensificado a comunicação com os produtores, por meio de diversas informações e recomendações do tipo: 

  • Intensificar as medidas de biosseguridade
  • Proibir terminantemente qualquer tipo de visita às unidades de produção. Em caso de necessidade, realizar vazio sanitário
  • Conferir cercamento de núcleo e telamento de galpão
  • Manter o portão de acesso da propriedade fechado
  • Desinfecção de veículos em pleno funcionamento
  • Desinfecção de materiais que acessem a granja
  • Uso de roupas e calçados exclusivos no acesso à granja
  • Pedilúvio no acesso aos núcleos e aos galpões
  • Cuidados com a ração
  • Cuidados com a água (fonte de qualidade, tratamento, reservatórios íntegros e cobertos)
  • Controle de pragas
  • Treinamento de equipe
  • Restringir criação de aves pelos funcionários
  • Evitar visitas em locais com aves silvestres
  • Ausência de outras aves na propriedade
  • Se participou de evento relacionado ao setor, cumprir vazio sanitário de 72 horas
  • Se participou de outros eventos com aglomeração de pessoas, troca de roupas e cumprir os protocolos de biosseguridade
  • Entre outras ações, reforçando todas as medidas adotadas, conforme a Instrução Normativa do MAPA nº 56/2007.

 

Como a AVES tem atuado?

Diretor executivo da AVES, Nélio Hand explica como tem sido a atuação da entidade. ?O setor já vem se preparando para situações de alerta desde 2007 com critérios fortes e protocolos estabelecidos pelo Ministério da Agricultura a serem seguidos pelas granjas, que vêm sendo preparadas por meio dos registros?, comenta Nélio.

O diretor destacou ainda que a atuação da AVES começou em 2022. ?Desde de outubro de 2022, quando tivemos os primeiros casos identificados na América do Sul, houve um alerta geral de todo o setor nacional e nós, enquanto entidade representativa dos produtores do Espírito Santo, nos mobilizamos em conjunto com o ABPA, MAPA e Idaf para trabalhar e para redobrar a atenção. Construímos uma rede de informações e ações para se preparar para esse momento e agir com muita tranquilidade, sabendo o que cada entidade envolvida no processo deve fazer?, comenta Nélio. 

Após a notificação dos casos no Espírito Santo, a AVES enviou uma nota para os produtores capixabas, com orientações mais restritivas. ?Por exemplo,

solicitando que eles proíbam qualquer tipo de visita nas granjas, só permitindo o acesso de pessoas e veículos que tenham a real necessidade de acessar esses locais, e fazendo o vazio sanitário. Reforçamos também o pedido de revisão e reforço da parte de telamento e das cercas nas áreas de produção para evitar a entrada de animais silvestres ou de outras espécies que possam ser vetores de alguma enfermidade, não só a Influenza Aviária?, explicou Nélio.

Também foi solicitado o reforço das barreiras sanitárias no acesso às granjas, com desinfecção de roupas, calçados e veículos que irão acessar as áreas de granjas. Tudo acompanhado pelos técnicos responsáveis das granjas. ?Isso nos dá a segurança de que as granjas estão protegidas dessa enfermidade?, reitera o diretor executivo da AVES.