Evento analisa os mitos e verdades sobre o suicídio - Jornal Fato
Saúde

Evento analisa os mitos e verdades sobre o suicídio

Observatório foi promovido na última quarta-feira (26), por iniciativa do vereador Diogo Lube (PDT)


Foto: CMCI

A psicóloga Fabrícia Aride alertou para os mitos sobre o suicídio. Segundo ela, existe a crença de ser um ato impulsivo, não praticado por crianças, mas sempre por pessoas com perturbações mentais. Apesar de depressivos e dependentes químicos estão mais propensos, ela rechaça a postura dos que acreditam que "nunca vai acontecer conosco, mas somente com aqueles tipos de pessoas".

Segundo ela, que foi uma das palestrantes do "1º Observatório da Vida: Discursos Lineares sobre Suicídio", nesta semana, na Câmara de Cachoeiro, há muitas dificuldades para a prevenção efetiva ao suicídio, por causa do preconceito ao falar sobre o tema, atraso em diagnósticos, rede de apoio restrita e poucos protocolos de prevenção.

A psicóloga exemplificou sobre o que fazer para ajudar potenciais suicidas dentro da família: a pessoa não pode ser deixada sozinha, é preciso remover e esconder álcool, objetos cortantes e remédios e prestar atenção ao seu comportamento. Doar objetos e dizer que tem vontade de sumir podem ser comportamentos que indicam vontade de se matar.

Outro problema abordado pela psicóloga foi o da incerteza da vida atual, além da baixa capacidade de tolerar frustrações da nova geração. "Nossos pais tinham plenas certezas sobre como educar os filhos, por exemplo. Nós não temos. Os jovens lidam com questões difíceis, como desemprego mesmo com diploma de nível superior, e ainda por cima, erramos ao protegê-los de tudo antes da idade adulta. Eles não criam resiliência para enfrentar as decepções", falou.

Outra palestrante, Fábia Cristina, do Centro Espírita Maria de Paula Brandão, disse que a Federação Espírita faz campanhas constantes contra o suicídio há décadas, e tem serviço voluntário de aconselhamento. Para os espíritas, somente Deus pode tirar a vida, sendo o suicídio considerado erro, mas, ainda assim, passível de perdão divino.

"É possível prevenir 90 % dos casos. A cada 40 segundos, alguém se mata no mundo, e as causas são variadas: solidão, depressão, má saúde, problemas na adolescência, bullying, entre outros". Ela concorda que a geração de hoje é muito frágil, pois quer tudo imediatamente e não suporta implicância.  

Luiz Roberto da Silva, médico legista, falou que o suicida é visto como covarde pela sociedade, mas que precisamos nos atentar contra a solidão em que vivem essas pessoas. "É preciso um olhar de mais compaixão e compreensão sobre a dor do outro, cuidar das pessoas, prestar atenção nelas de verdade", falou o médico.

O evento foi promovido na última quarta-feira (26), por iniciativa do vereador Diogo Lube (PDT).

 

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