Dia Mundial Sem Tabaco alerta para danos causados ao pulmão - Jornal Fato
Saúde

Dia Mundial Sem Tabaco alerta para danos causados ao pulmão

Segundo estimativas da OMS para 2018, o consumo de tabaco causou a perda precoce de sete milhões de vida


O dia 31 de maio foi estabelecido como Dia Mundial Sem Tabaco pela Organização Mundial da Saúde para alertar sobre as doenças e mortes evitáveis relacionadas ao tabagismo e defender políticas para reduzir o consumo de tabaco. Este ano, o tema da campanha é "Tabaco e Saúde Respiratória".

Segundo a referência técnica do Programa Estadual de Controle do Tabagismo da Secretaria de Estado da Saúde (Sesa), Katia Guerzet, a campanha deste ano tem como objetivo aumentar a conscientização sobre o impacto negativo que uso do tabaco e a exposição ao fumo passivo exerce sobre a saúde pulmonar.

"É alertar a população sobre os riscos de doenças pulmonares oriundas do consumo de tabaco e de seus produtos derivados. Muitos estudos evidenciam que o consumo de derivados do tabaco (cigarro, charuto, narguilé) causa quase 50 doenças diferentes", disse.

Doenças como câncer de pulmão, câncer na garganta, a piora da pneumonia e a Doença Pulmonar Obstrutiva Crônica (DPOC) são relacionadas diretamente aos efeitos do cigarro no pulmão.

 

Doença Pulmonar Obstrutiva Crônica (DPOC)

O fumo é a principal causa da Doença Pulmonar Obstrutiva Crônica (DPOC), constituída por enfisema pulmonar e bronquite crônica, por exemplo. A enfermidade é considerada a mais prevalente das doenças provocadas no pulmão pelo cigarro.

Com o objetivo de alertar sobre os danos do fumo à saúde pulmonar, a pneumologista Maria Cristina Alochio, do Ambulatório de Doença Pulmonar Obstrutiva Crônica, no setor de Oxigênio e Asma do Centro Regional de Especialidades Metropolitano (CRE Metropolitano), em Cariacica, lembra da importância da campanha. "Um cigarro tem mais de 4 mil substâncias tóxicas e o tabagismo causa danos irreversíveis ao pulmão".

O CRE Metropolitano oferece serviço de especialidade em pneumologia. No ambulatório de DPOC, referência no tratamento da doença no Estado, são tratados anualmente aproximadamente 700 capixabas. "Desse número, cerca de 90% que chegam para o tratamento é devido ao tabagismo. E a média de idade é de 69,5 anos", informou Maria Cristina.

Outra preocupação, de acordo com Maria Cristina, é em relação aos fumantes passivos. "Tenho pacientes que nunca foram tabagistas, mas que desenvolvem a DPOC por causa do companheiro ou da companheira que fuma. Se você convive com fumante, você fuma junto, e é tão prejudicial quanto", alertou.

 

Números

Segundo estimativas da OMS para 2018, o consumo de tabaco causou a perda precoce de sete milhões de vidas. Mais de seis milhões dessas mortes resultaram do uso direto do tabaco, enquanto 890 mil foram de não-fumantes expostos ao tabagismo passivo.

No Espírito Santo, segundo dados do Sistema de Informação de Mortalidade Estadual da Sesa, em 2017 foram registrados 173 óbitos por doenças respiratórias em expostos ao tabagismo, referentes a 27,55% dos 628 óbitos que tiveram tabagismo como fator influenciador.

Em 2018 foram registrados 166 óbitos por doenças respiratórias em expostos ao tabagismo dos 618 que tiveram o tabagismo como fator influenciador, ou seja 26,86% de pessoas expostas ao tabagismo morreram de doença respiratória.

 

Programa Estadual de Controle de Tabagismo

Na Secretaria de Estado da Saúde do Espírito Santo, o Programa Estadual de Controle de Tabagismo busca reduzir os casos de tabagismo no Estado, com a capacitação dos municípios para implantação do programa e apoio na realização de campanhas educativas e ações de abordagem para estimular a adoção de comportamentos e estilos de vida saudáveis.

No Estado, o tratamento ao fumante é ofertado em 63 municípios por meio de equipes multidisciplinares. O acompanhamento é realizado com abordagem cognitiva-comportamental. O usuário passa por uma avaliação clínica que verifica o seu grau de dependência e, posterior, a sua inserção em um grupo de apoio. A indicação de medicamento é feita aos usuários que têm elevado grau de dependência. São ofertados pelo Sistema Único de Saúde (SUS) os repositores de nicotina (adesivos e gomas de mascar) e antidepressivo.

O Programa registrou, em 2018, um total de 2.771 pessoas que deixaram de fumar, sendo 983 pessoas na região Sul, 918 pessoas na região Central, 780 pessoas na região Metropolitana e 90 pessoas na região Norte.

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