Covid: variantes e casos entre jovens em pauta na Ales - Jornal Fato
Saúde

Covid: variantes e casos entre jovens em pauta na Ales

Comissão de Saúde recebe infectologista para debater o assunto na terça (20)


A relação entre as novas cepas da Covid-19 e o aumento de casos nos mais jovens estará em debate na Comissão de Saúde na terça-feira (20), a partir das 9h, na Assembleia Legislativa do Espírito Santo. O convidado da reunião virtual será o infectologista Raphael Lubiana Zanotti, que destaca a variante inglesa como a mais perigosa, com capacidade de infectar praticamente o dobro de pessoas quando comparada à cepa original (selvagem).

Segundo o médico, as novas cepas que circulam no Espírito Santo são capazes de causar reinfecção e podem ser transmitidas com mais facilidade, aumentando a quantidade de casos em todas as idades, entre elas, os mais jovens. No entanto, frisa que não "há estudos definitivos" que comprovem agressividade maior dessas variantes na faixa etária mais baixa.

Na opinião do especialista, o aumento de registros em adultos jovens pode ser explicado hoje por dois pontos: o primeiro é que, ao longo do ano passado, os idosos foram os mais acometidos pelo novo coronavírus, causando grande número de óbitos. O segundo é que essa faixa etária já começa a ser protegida pelas vacinas. Isso demonstra a eficácia da imunização frente às variantes, defende o médico do Núcleo Especial de Vigilância Epidemiológica do Estado.

Motivada por uma exposição maior dos jovens adultos ao risco, a alteração no perfil de infecção passou a ser notada a partir da segunda onda da doença, entre outubro de 2020 e fevereiro de 2021, afirma. Em termos de infecção ele destaca que a mudança foi sutil, mas quando trata-se de óbitos, é possível observar o deslocamento da faixa etária de 60, 70 anos de idade para em torno dos 50 anos.

De acordo com ele, a Secretaria de Estado da Saúde (Sesa) conseguiu isolar seis cepas que causam a Covid-19 no ES, sendo que em termos de interesse clínico as mais relevantes são a selvagem e a inglesa. Esta é considerada a responsável por 50% de casos de óbitos entre os mais jovens. "O vírus é mais efetivo em causar infecção", pontua.

Em um cenário projetado de pandemia sem essa nova variante, o médico salienta que as ondas sucessivas provocadas pelo vírus selvagem seriam menores e mais espaçadas, até encontrarem um padrão, diferentemente do que é observado hoje. Sobre a mutação do vírus, destaca: "Quanto mais pessoas infectadas ao mesmo tempo, maiores as chances de surgirem novas cepas".

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