Pároco processado por Magno Malta tem apoio de padres cachoeirenses - Jornal Fato
Religião

Pároco processado por Magno Malta tem apoio de padres cachoeirenses

O padre Romário Hastenreitter é acusado de chamar o senador de "bandido" durante uma homília


Dayane Hemerly

 

O pároco Romário Hastenreitter da paróquia Boa Esperança, da Diocese de São Mateus/ES, está sendo processado pelo senador Magno Malta. Segundo o parlamentar, o padre é acusado de chamá-lo de "bandido".

 

Durante uma homília transmitida por rádio, em julho do ano passado, o padre falava sobre a posição da bancada capixaba no Senado Federal quanto à reforma trabalhista, em que os senadores Magno Malta (PR), Ricardo Ferraço (PSDB) e Rose de Freitas (PMDB) votaram a favor.

 

O senador recebeu o áudio da homília de várias pessoas e alega que padre Romário chamou-o de bandido. A reportagem não teve acesso ao conteúdo, que foi anexado ao processo.

 

Em agosto passado, Malta registrou uma queixa na Comarca de Boa Esperança pelo crime de injúria e difamação e uma audiência está marcada para o dia 20 deste mês.

 

No Facebook, o senador divulgou um vídeo em que diz que "ninguém tem direito de atacar a honra de ninguém, e a justiça está aí para isso".

 

Ele ainda critica o padre dizendo que "o sacerdote ou pastor dentro do seu culto, sua homília chamar alguém de bandido, ele precisa ter fama para isso". Menciona ainda que luta pela fé cristã no Brasil e que a igreja católica sabe disso e que o processo que move contra o padre não tem nada a ver com religião.

 

Além de Magno Malta, o padre é acusado de difamar os outros dois senadores durante a homília.

 

"Sempre defendi a fé cristã e o padre vai para a missa me chamar de bandido. Então ele tem que provar que bandido que eu sou. Mas as ofensas não chegaram só a mim, a senadora Rose de Freitas, por exemplo, foi xingada (palavra de baixo calão) dentro da missa. Eu tenho a gravação, não estou inventando nada disso", comenta.

 

A reportagem tentou ouvir o padre Romário Hastenreitter, mas ele preferiu não se declarar.

 

Em nota, alguns padres do Regional VI Diocesano, de Cachoeiro de Itapemirim e outros municípios, apoiaram o Romário Hastenreitter e defenderam a liberdade de expressão.

 

Confira a nota na íntegra:

 

Mediante os últimos acontecimentos envolvendo o Padre Romário Hastenreitter, Pároco da Paróquia Boa Esperança, pertencente à Diocese de São Mateus, que está sendo processado pelo senador Magno Malta devido sua denúncia profética e liberdade de expressão, nós padres do Regional VI da Diocese de Cachoeiro de Itapemirim, das cidades de Jerônimo Monteiro, Alegre, Celina, Divino de São Lourenço, Ibitirama, Guaçuí e Dores do Rio Preto, nos solidarizamos com tal situação de perseguição dos direitos de expressão e defesa dos mais pobres.

Em tal situação almejamos que se tenha caminhos claros em favor da verdade. Unimos nossas forças e orações em favor do bem."

Pe. Enildo Genésio de Souza

Pe. Antonio Marcos Moura da Silva

Pe. Pedro Félix Bassini

Pe. Carlos Henrique Dias

Pe. Antônio José de Nazareth

Pe. Pedro Scaramussa

Pe. Sebastião José Nogueira

Pe. Roberto José Gonçalves

 

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