Vereadores são a favor da redução de assessores - Jornal Fato
Política

Vereadores são a favor da redução de assessores

Por força do alto custo da folha de pagamento, Mesa Diretoria pretende criar projeto para diminuir cargos e despesas


Foto: Arquivo/Fato

 

Leandro Moreira

 

A atual Mesa Diretora da Câmara Municipal de Cachoeiro de Itapemirim pretende assinar projeto de lei para reduzir a quantidade de assessores e também a verba destinada para gabinetes para evitar que, em pouco tempo, as finanças do legislativo infrinjam a Lei de Responsabilidade Fiscal (LRF). O ponto polêmico da questão é uma legislatura decidir pela outra.

 

Atualmente, a Casa de Leis conta com 122 assessores e R$ 10,5 mil para os gabinetes; a proposta seria reduzir para 95 e R$ 8 mil. A economia estimada seria de pouco mais de R$ 2 milhões em quatro anos e alargaria o hiato entre o percentual da folha de pagamento e o índice limite legal de gastos com pessoal.

 

A informação oficial é de que as despesas com os salários de servidores representam 68% do orçamento da Câmara Municipal enquanto a LRF estabelece 70% como teto. Ao conversar com oito dos 12 vereadores eleitos pela primeira vez (exceção de Higner Mansur - PSB - edil por dois períodos), a reportagem constatou sintonia entre eles e a necessidade de ajuste financeiro.

 

O professor Diogo Lube (PDT) foi um deles. "Se esse esforço é necessário para a Câmara se ajustar à legislação vigente, sou totalmente a favor". Silvinho Coelho (PRP) teve o mesmo raciocínio. "Na atual conjuntura (econômica) sim, acho correto (os cortes). A redução de assessores prejudica um pouco a gente, principalmente para quem é do interior. Mas, não discordo; temos que cortar na própria carne".

 

O vereador eleito Carlinhos Miranda (PDT) disse que, em tempos de crise, é preciso - com responsabilidade e sem prejudicar os serviços prestados à sociedade - reduzir os custos. "Só não entendo porque somente agora no fim desta legislatura que a Mesa Diretora está tomando esta decisão".

 

Conveniente

 

A advogada Renata Fiório (PSD) também ressalta a importância de avaliar eventual prejuízo ao trabalho prestado, e, por outro lado, não se sente "ameaçada" com a redução. "Fiz uma campanha transparente, sem prometer emprego. Além disso, considero quatro assessores uma quantidade conveniente".

 

Allan Ferreira (PRB) é servidor efetivo da Câmara Municipal e afirma que não há outro caminho para cumprir a lei a não ser cortando comissionados. "Se não for agora, vamos ter que votar do mesmo jeito. Antes, houve a tentativa de redução de vereadores, já prevendo a situação atual, que começa a ficar insustentável. O corte é questão de sobrevivência da Câmara".

 

 

Cautela

 

Os vereadores eleitos Wallace Marvila (PDT) e Paulinho (PRP) preferiam se aprofundar mais no assunto antes de manifestar opinião. Na terça-feira, os eleitos foram convidados para reunião na Câmara Municipal para tratar, entre outros assuntos, da matéria que propõe a diminuição de assessores e de dinheiro para os gabinetes dos parlamentares.

 

O advogado Higner Mansur (PSB) já antecipou que não participará desta reunião e que não tem nenhuma opinião a manifestar sobre o assunto em pauta - sendo enfático na justificativa. "Esta legislatura é esta; a minha é a próxima". 

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