Senadores querem saída de Dilma - Jornal Fato
Política

Senadores querem saída de Dilma

Os três membros do Espírito Santo no Senado avaliam o processo de impeachment de Dilma Rousseff e se Eduardo Cunha deve ser cassado


Os senadores eleitos pelo Espírito Santo, Rose de Freitas (PMDB), Magno Malta (PR) e Ricardo Ferraço (PSDB), fazem parte do colegiado que dará o veredicto final sobre a situação de Dilma Rousseff (PT). 

 

Compete privativamente ao Senado Federal (art. 52 da Constituição Federal e Emendas Constitucionais nº 19/1998, 23/1999, nº 42/2003 e nº 45/2004) "processar e julgar o presidente da República".

 

Desde o dia 17 de março a abertura do processo está sendo avaliada em comissão especial da Câmara dos Deputados. Se os deputados decidirem pelo andamento, o rito segue para as mãos do Senado Federal.

 

O impeachment será aprovado se dois terços (54 dos 81 senadores) votarem a favor. Os três membros do Espírito Santo foram unanimes. Todos apoiam a saída da presidente Dilma.

 

Rose de Freitas defende eleições gerais e aponta a crise atual como "pior que a de 1964". Magno Malta fala em "ameaça a democracia" e Ricardo Ferraço considera que "o primeiro passo para resolver a crise econômica é o impeachment". Confira os depoimentos:

 

Os três senadores capixabas também engrossam o pedido pela saída de Eduardo Cunha. "Errou tem que responder", avalia Magno Malta. "Para o andamento do trabalho era bom ele se afastar", acredita Rose de Freitas. "Não faz sentido um politico com esse conjunto de denúncias comandar o processo que vai definir o afastamento da presidente Dilma", complementa Ricardo Ferraço.

 

 

Magno Malta (PR)

 

"Vamos assistir um novo impeachment"

 

"As sessões relacionadas ao impeachment já estão acontecendo no Congresso. Até o final de abril o rito está concluído e acho muito difícil a presidente não ser afastada em virtude das diversas acusações, principalmente relativas à corrupção na campanha política. Mas são muitos fatores, não sou adivinho, porém acredito na força do parlamento e vamos assistir um novo impeachment na nova república. Sobre Eduardo Cunha, errou tem que responder, seja quem for. Cunha usou dinheiro ilegal tem que responder e ser afastado. A Lei é para todos. Avalio que essa crise é institucional, econômica e moral. O Brasil está em queda livre, quem herdar esta bagunça vai ter que unir forças para resgatar nossa economia e credibilidade no mercado internacional. Dilma e Lula bagunçaram o Brasil. Os poderes, executivo, judiciário e legislativo estão amargando um período que merece profunda reflexão e tomadas de decisão. A corrupção sempre é corrupção seja qual for o rombo. Mas o povo nas ruas é a indignação dos justos. É um grave momento que ameaça a democracia e os valores éticos e morais da nação. A esperança nunca morre. Mas ainda nem chegamos ao fundo do poço".

 

Rose de Freitas (PMDB)

 

"Sou a favor de novas eleições imediatamente"

 

"Afastar um presidente do Brasil é fato complicado para relações institucionais internas e externas. Agora, a presidente já esgotou todas as formas. Não tem condição de ela permanecer. Ela deixou de criar soluções para política econômica que atendam as necessidades do Brasil de sair dessa paralisia. Sou a favor de novas eleições imediatamente. Existe processo no Tribunal Superior Eleitoral(TSE) que pede o afastamento da presidente e do vice. Sobre Eduardo Cunha, já tem determinação dele se afastar, as complicações são grandes. Ele disse querer sentença final do Supremo Tribunal Federal (STF)e do Conselho de Ética pra se afastar. Atrasa a pauta da Câmara, para o andamento do trabalho era bom ele se afastar. Mas, pessoas nessa condição, utilizam até último expediente. Temos três pilares para manter o país: economia, política e democracia. Só o último está de pé. É pior que a de 1964. Naquela ocasião era uma crise política, hoje nossa crise é econômica e política. Tivemos uma crise econômica que agravou a crise política. Agora a crise política vem agravando muito mais a crise econômica, estamos enjaulados".

 

Ricardo Ferraço (PSDB)

 

"O impeachment é inevitável"

 

"Tanto Eduardo Cunha, quanto Dilma perderam condições mínimas e básicas de cumprirem com suas tarefas. O impeachment é inevitável, mas acho também que Supremo Tribunal Federal devia afastar o presidente da Câmara. Não faz sentido um político com esse conjunto de denúncias comandar o processo que vai definir afastamento da presidente Dilma. Na pratica, um e outro são farinha do mesmo saco. Agora, o primeiro passo para resolver a crise econômica é o impeachment, mas não é o único. Só o congresso afastar a presidente não resolve todos os problemas. Outros passos terão que ser dados na estruturação de um Governo que seja decente e eficiente. Não temos ilusão de que as coisas vão se resolver de um dia para outro. Vai depender de como Michel Temer vai formar sua equipe. Claro que talvez fosse melhor termos eleições gerais e deixar a população escolher um novo presidente. Mas, em caso de impeachment, a constituição não fala em novas eleições. Defendo aquilo que a constituição determina: na vacância do cargo, assume o vice -  que assim seja! Não devemos improvisar, corremos risco de nos tornar um País sem regra". 

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