Plenário rejeita criação de lideranças da maioria e minoria

06/06/2017 00:00

Os deputados estaduais rejeitaram por 15 votos a 2 o Projeto de Resolução (PR) 21/2017, que alterava o regimento interno para criar o líder de maioria e o líder de minoria no Parlamento Estadual. A matéria, de Sergio Majeski (PSDB), recebeu parecer oral em plenário pela aprovação da Comissão de Justiça e da Mesa Diretora, mas acabou não sendo acatada.

 

Antes da votação o autor da proposição pediu a palavra para discutir a matéria e tentar convencer seus pares da importância da aprovação dela. ?Já existe no Congresso Nacional e na maioria das Assembleias. A democracia não pode prescindir do debate de alto nível de republicanismo e da igualdade de condições. Temos a liderança do governo, que conta com toda uma estrutura paga pelos cofres públicos, nada mais justo que existam outras representações, pois há um desequilíbrio claro?, argumentou.

 

Ele ainda ressaltou que não apresentou a proposta pensando em criação de cargos ou em se tornar o líder da minoria, mas por achar fundamental a instituição da função regimentalmente para a elevação dos debates na Casa. ?É para o bem da democracia, para que esta Casa pare de ser chamada de 'Assembleia do amém'. É bom para o nome da Casa, que vai mostrar que, sim, existe igualdade de condições e que não é uma Assembleia governista?, ponderou.

 

A deputada Janete (PMN) destacou que sempre lutou pela democracia, mas que não se sentia a vontade para votar a favor do projeto. ?Muitas vezes há divergências dentro das minorias. O líder não pode ser líder de si só, mas de todos. Amanhã posso ser minoria e não sei se o líder vai falar as coisas que eu gostaria, não quero delegar a ninguém?, explicou.

 

Mesmo com o apelo de Majeski, a matéria acabou sendo arquivada pelo plenário da Casa. O tucano, então, voltou à tribuna para justificar seu voto. Ele colocou na conta de ?pressões? feitas pelo Executivo a rejeição da proposta e disse que continuaria a fazer seu trabalho independente de ocupar cargos em comissões da Assembleia ou quaisquer outros.      

 

?A gente já sabia que o governo iria fazer pressão sobre a base e que o projeto não passaria. Talvez as pessoas tivessem pensado que eu iria ocupar (a liderança). Ninguém se autorepresenta, iria ser um consenso. Isto funciona como grande estímulo para continuar o trabalho que estou fazendo aqui. Meu discurso é coadunado com minhas ações e elas não se distanciaram?, destacou.

 

Janete também pediu a palavra para justificar seu voto contrário ao PR. ?Não é uma questão de governo, os deputados estão sendo acusados de algo que não aconteceu. Gostaria que respeitasse minha opinião. Ou 15 deputados não estão tão errados ou dois não estão tão certos como imaginam. Todas as vezes que nos posicionamos contra algo somos acusados de estar fazendo porque o governo pediu, não pediu, é uma questão de convicção?, garantiu