Perseguição física ou virtual pode se tornar crime - Jornal Fato
Política

Perseguição física ou virtual pode se tornar crime

Projeto de Lei Stalker, de Rose, que tipifica perseguição obsessiva, na internet ou presencial, como crime recebe parecer favorável do relator


- Foto: Moisés de Oliveira

Projeto da senadora Rose de Freitas (PODE -ES) que tipifica como crime a perseguição ou assédio a alguém de maneira continuada recebeu parecer favorável do relator, senador Alessandro Vieira (Cidadania-SE), nesta quarta-feira (3), na Comissão de Constituição, Justiça e Cidadania (CCJ). A proposta, o PL 1414/2019, é popularmente conhecida como PL Stalker - termo normalmente usado para classificar o autor desse tipo de perseguição.  

 

O relator, em seu parecer, afirmou que a proposta não tem vício de constitucionalidade e que ele é favorável ao projeto no mérito.

 

Ainda não há no Brasil leis específicas para punir esse ato e proteger as vítimas. E por isso o projeto da senadora traz uma solução para essa lacuna jurídica. Pelo texto, perseguir alguém de forma continuada, presencialmente ou pela internet, ameaçando sua integridade física, desrespeitando a liberdade e a privacidade do indivíduo, passa a ser crime com prisão de dois a três anos.

 

A proposta prevê também que, se a vítima for mulher, poderão ser aplicadas medidas protetivas previstas na Lei Maria da Penha.

 

"Essas perseguições, em sua maioria esmagadora, atingem principalmente as mulheres. E (esse tipo de crime) nunca foi tratado devidamente", reforçou Rose. "Sãoclaras as razões pelas quais as mulheres tendem a ser mais vitimadas, como a permanência, no presente tecnológico, da mentalidade possessiva e machista do passado. Potencializada pela tecnologia, a violência arcaica adquire novas formas de machucar a todos, e às mulheres, em especial", completou a autora da proposta.

 

A senadora Leila Barros (PSB-DF) declarou apoio à proposição de Rose e ressaltou: "Recebi mulheres e homens (nessa situação). Temos de dar uma resposta dentro do Senado. Essa perseguição é real".

 

Dados do SOS Mulher mostram que em 2018 foram relatados mais de 1600 casos de perseguição no país, dos quais 29 resultaram em morte e 900 em agressões. 

 

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