O que vem pela frente? - Jornal Fato
Política

O que vem pela frente?

Superado o vai-não-vai em torno de Hartung, o momento é de debater os planos de quem deseja governar o Espírito Santo


Por vezes, no Espírito Santo, tudo parece ser potencializado em comparação com o resto do Brasil.

Quando a crise política e econômica se abateu sobre o país, por exemplo, os capixabas foram além, tendo que superar, concomitantemente, os efeitos da seca, da queda do preço do barril de petróleo e do fechamento da Samarco.

No campo político, a greve da Polícia Militar foi o ápice do confrontamento entre o rigoroso controle fiscal e a pressão de categorias por mais recursos. Mas, mesmo nos períodos mais turbulentos, o Estado passou a ser apontado pela mídia nacional como exemplo de enfrentamento aos tempos difíceis.

Depois disso, em nível local, os capixabas pareciam caminhar longe da volatilidade política que confunde eleitores brasileiros desde o impeachment, entre extremas esquerda e direita e vários matizes ao centro, sem nome que se aproxime da conciliação nacional.

No Espírito Santo, de um lado estava a política governamental de ajuste fiscal, com seus resultados e efeitos colaterais já bem conhecidos, medidos e avaliados, confrontada pelo discurso de sua flexibilização, em favor de programas sociais e obras.

Por mais que responsabilidade fiscal e social não sejam antagonistas, mas complementares, esse era o debate posto. Havia situação muito bem definida.

Porém, a inesperada saída do governador Paulo Hartung (MDB) da disputa eleitoral e a incapacidade do bloco governista de encontrar alternativa conciliatória entre os seus, mudaram tudo.

Entre desistência de disputar a reeleição e a inusitada possibilidade de rever a decisão, que durou um dia apenas, as certezas se desfizeram e os partidos de situação, como cartas, se embaralharam. Poucos vão defender a política de que foram sócios.

Com isso, não haverá, na mesma intensidade, o debate sobre qual caminho seguir ante os problemas remanescentes de crises que recrudesceram, mas ainda não foram completamente debeladas. Nem, como se podia imaginar, referendo nas urnas.

Novo modelo deve prevalecer e, neste caso, quem for eleito, se coerente com o discurso, vai destinar mais recursos a investimentos e custeio, deslocando do centro da gestão a precaução fiscal que caracteriza o governo atual.

Superado o vai-não-vai em torno de Hartung, é chegado, enfim, o momento de debater, de maneira mais aprofundada, os planos de quem deseja receber o bastão, para usar expressão repetida à exaustão pelo governador nos últimos dias.

Só assim o eleitor terá condição de analisar melhor o que vem pela frente e fazer sua escolha ainda que, agora, mais limitada.


"O homem nunca deve se por em uma posição que perca o que não pode se dar ao luxo de perder"

Ernest Hemingway


Sobe

Ricardo Ferraço

O senador Ricardo Ferraço arriscou tudo e parece ter se dado bem ao levar o PSDB para um novo caminho. Sai fortalecido do embate interno no partido e com prestígio na nova composição que foi fundamental para montar. No período pré-eleitoral, foi, com certeza, um dos protagonistas. Aguardemos os próximos atos.

 

Desce

Cachoeiro

O poço parece não ter fundo na perda de competitividade econômica de Cachoeiro, que se reflete diminuição de relevância na arrecadação e, por isso, participação do bolo do ICMS estadual. Não é só o município que regride. São outros que avançam. E, não fosse a paralisação da Samarco, por incrível que pareça, a arrecadação cachoeirense seria ainda menor.

 


Mas, hein?!

É difícil para quem corre ou caminha pelas ruas de Cachoeiro escolher se vai pisar nos buracos das calçadas ou nos do asfalto.

 


Vias de FATO

Pressionada por ação do Governo do Estado na Justiça Federal, a Vale, agora, quer negociar investimentos no Espírito Santo. Antes, lavava as mãos.

 

O governador Paulo Hartung se diz em paz e tranquilo com a decisão irreversível de não se candidatar à reeleição. O mesmo não se pode dizer de sua base aliada.

 

O deputado estadual Sérgio Majeski (PSDB) quer melar a indicação política do colega de assembleia Rodrigo Coelho (PDT) para conselheiro do Tribunal de Contas. Vai propor técnicos.

 

Na Avenida Monte Castelo, no Ibitiquara, a Prefeitura de Cachoeiro reascendeu uma das três faixas que confundem os pedestres. Faltam outras duas.


DESTAQUE. A jovialidade e beleza escultural da estudante de Direito Marília Paizante


Wagner Santos Diretor e editor Jornalista

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