Ex-diretor da Santa Casa é condenado por desvio - Jornal Fato
Política

Ex-diretor da Santa Casa é condenado por desvio

O Ministério Público Federal obteve na Justiça a condenação de Egisto Cansian, ex-diretor da Santa Casa de Misericórdia de Castelo


O Ministério Público Federal no Espírito Santo (MPF) obteve na Justiça a condenação de Egisto Cansian, ex-diretor da Santa Casa de Misericórdia de Castelo, por improbidade administrativa. Ele foi acusado de desviar mais de R$ 266,6 mil de verbas federais provenientes do Ministério da Saúde para reforma da unidade de saúde, utilizando-o para fins diversos do previsto no convênio firmado com o Governo.

 

A finalidade do Convênio nº 1373/2002 consistia em dar apoio financeiro para "Reforma de Unidade de Saúde - Santa Casa de Misericórdia de Castelo/ES, visando ao fortalecimento do Sistema Único de Saúde". Ele foi assinado por Cansian em julho de 2002, com liberação de R$ 266.666,67, sendo debitados diversos cheques de modo que em 5 de janeiro de 2004 o saldo da conta era de apenas R$ 175,98.

 

Pelo primeiro relatório de verificação "in loco" feito pelo Ministério da Saúde, em 2003, foi apurado que, já na época, a entidade não havia iniciado o procedimento licitatório para a execução física do projeto, o que deveria ter ocorrido de forma imediata.

 

Desvio. No segundo relatório, feito em 2004, verificou-se que nenhuma parte dos recursos foi utilizada no objeto do Convênio. Já no terceiro relatório de verificação, em 2005, conclui-se que o montante repassado não foi utilizado para a execução do projeto.

 

O Relatório de Tomada de Contas Especial apurou que houve aplicação dos recursos em outra finalidade, como para aquisição de medicamentos. E, ainda, que não houve a apresentação de documentos que comprovassem a execução física e financeira da obra.

Na sentença, o magistrado frisa que, "ainda que os recursos financeiros tenham sido utilizados para a compra de medicamentos em regimes de urgência, torna-se nítido o desvio de finalidade do referido Convênio, o que exigiria justificativa razoável e comprovação, com o comprometimento de imediato retorno à execução do objeto acordado".

 

Penas

 

Egisto Cansian foi presidente do conselho Superior da Santa Casa de Misericórdia de Castelo de março de 2002 a 13 de maio de 2008. Ele foi condenado a ressarcir a quantia de R$ 266.666,67, corrigida monetariamente e com juros de 1% ao mês, a partir de janeiro de 2004. Também teve os direitos políticos suspensos por cinco anos; está proibido de contratar com o poder público e de receber incentivos fiscais e creditícios por cinco anos; e deverá pagar multa no valor correspondente ao dano, a ser revertida para a Santa Casa de Castelo.

 

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