Será necessário muito estudo e análise para compreender o que moveu o eleitor na última hora a resultados surpreendentes pelo país. Candidatos favoritos ao Senado e Governo foram desbancados em estados como Minas Gerais, São Paulo e Rio de Janeiro, por exemplo.

A própria corrida presidencial também teve surpresas, como o crescimento de Jair Bolsonaro, que quase liquida a fatura no primeiro turno, o próprio avanço de Fernando Haddad (PT) a quase 30% e o encolhimento substancial de Marina Silva (Rede), apenas a 8ª colocada.

O Espírito Santo não passou incólume. Chama mais atenção a eleição de dois novatos ao Senado, desbancando os que tentavam a reeleição, mas a disputa proporcional não passou ao largo. A renovação foi de 50% e os reeleitos tiveram, a maioria, votações muito menores para a Assembleia e Câmara Federal.

O efeito Bolsonaro explica em parte. Seu partido, o PSL, de nanico, foi guindado à segunda maior bancada na Câmara Federal. E conseguiu, também, votações massivas, principalmente em São Paulo, com Flávio Bolsonaro (1,8 milhão de votos) e Janaína Pascocal, que com seus 2 milhões de eleitores, levou consigo outros 15 correligionários à Assembleia paulista.

No Espírito Santo, a onda final veio com o avanço de Carlos Manato (PSL) que mal alcançava dois dígitos e chegou a 27%. Na Assembleia Legislativa, a coligação elegeu seis deputados, quatro deles da sigla, três ligados diretamente à Segurança Pública. Para a Câmara Federal, foram três entre dez, cada um por uma das siglas da coligação do PSL com PRB e PR.

Em Cachoeiro, Manato conseguiu um de seus melhores desempenhos, atingindo 42% dos votos. Apenas um ponto a menos do que Renato Casagrande (PSB). Foi claramente beneficiado pela movimentação dos grupos de direita que deram a Jair Bolsonaro dois de cada três votos válidos.