Deputados defendem impeachment - Jornal Fato
Política

Deputados defendem impeachment

Apenas dois parlamentares querem a permanência da presidente Dilma. 10 pedem o afastamento de Eduardo Cunha


 

Os deputados federais são atores e também testemunhas dos momentos difíceis da política brasileira, e da crise pela qual o Brasil passa, a qual pode ser a pior da história do país.

 

A maioria dos deputados do Estado do Espírito Santo defendem o impeachment da presidente Dilma Rousseff. Dentre os dez parlamentares, oito se posicionam a favor do afastamento. Os dois deputados que defendem a permanência da presidente são, ambos do PT, Givaldo Vieira e Helder Salomão.

 

De forma unânime, os parlamentares também pedem o afastamento do presidente da Câmara dos Deputados, Eduardo Cunha, suspeito de envolvimento no esquema de corrupção investigado pela Lava Jato.

 

Os deputados foram ouvidos e falaram sobre a atual crise política nacional.

 

 

DEPOIMENTOS

 

Dr. Jorge Silva (Pros)

 

"Cassar a chapa Dilma/Temer"

"O Brasil está atolado em uma grave crise, econômica, política e ética/moral. Não podemos conviver mais com essa situação, porém, acredito que a melhor saída neste momento é o TSE (Tribunal Superior Eleitoral) julgar o processo por abuso do poder econômico nas eleições presidenciais de 2014 (cada dia com indícios mais fortes) e cassar a chapa Dilma/Temer e dar oportunidade para que a população possa ir às urnas e tenha o direito de eleger quem ela julgar o melhor para tirar o Brasil desta grave crise. Vejo o governo totalmente desarticulado em sua base política na Câmara dos Deputados. Tenho a impressão de que a Comissão instalada irá aprovar um relatório favorável ao impeachment da Presidente Dilma Roussef. Vou além, espero que o STF, o mais rápido possível, julgue os processos de políticos que estão envolvidos em escândalos de corrupção".

 

Evair de Melo (PV)

 

"Punição exemplar a todos os envolvidos"

 

"Quando há o rompimento da relação harmônica entre o governo e o povo, troca-se o governo. Assim são as democracias consolidadas e mais antigas que a nossa. Os crimes revelados pelas investigações da Lava Jato e da Polícia Federal comprovam que é preciso um basta! Não há mais condições da presidente estar à frente de uma nação que vai às ruas mostrar tanta insatisfação com a corrupção, em todos os níveis. O caos é tamanho que o Brasil está paralisado, sem perspectivas. O Eduardo Cunha também precisa deixar a presidência da Câmara e ser submetido ao rigor da Lei. Defendo o afastamento imediato dele. Enquanto não realizarmos essa limpeza nos poderes, nosso país e a sociedade continuarão sofrendo os prejuízos, principalmente os econômicos. Onde foram parar os empregos? O parlamento é a representação da sociedade e precisa ser e dar exemplo. As retomadas da confiança e do crescimento estão ligadas a mudança no comando do Brasil. Punição exemplar a todos os envolvidos, independente de partidos".

 

Paulo Foletto (PSB)

 

"Sou favorável a uma nova eleição geral"

 

"É realmente uma coisa degradante esse jogo que o PT e PSDB vêm fazendo. Um jogo de você roubou e eu posso roubar também. Não deveria ser assim. Faz muito tempo que estamos no processo de alternância entre esses partidos, precisamos de um novo rumo. Sou favorável a uma nova eleição geral. O povo não esta satisfeito com ninguém e não estamos conseguindo desfazer esse nó. A Dilma cometeu crime e não devia ter feito o que fez. A pedalada fiscal é crime de responsabilidade fiscal. Existe fato legal para pedir impeachment e impeachment não é golpe. O PT já pediu contra os últimos presidentes. Dilma levou para situação de insolvência à econômica, é incompetente! A inflação voltou, indústria voltou ao patamar de 50 anos atrás. Não temos inovação, saúde com problemas. Que governo é esse? Além disso, considero Eduardo Cunha tão desonesto quanto Dilma. Quem não merece os dois é o povo brasileiro".

 

GivaldoVieira (PT)

 

"Tentativa de tirar Dilma da presidência a qualquer custo"

 

"Não há embasamento jurídico que justifique o impedimento da presidenta. Quando não se concorda com um governo, é democrático que se proteste. No entanto, o que ocorre no Brasil é a tentativa de tirar Dilma da presidência a qualquer custo, por meio do movimento golpista da oposição - de líderes denunciados por ilegalidades como é Aécio Neves. Enquanto isso, Eduardo Cunha, com corrupção comprovada, permanece presidente da Câmara e conduzindo o processo de impeachment. Sou favorável ao afastamento e cassação do mandato dele. Junto a deputados que torcem contra o Brasil, Cunha pretere votações importantes para a retomada da economia. Sem a cooperação responsável do Congresso, o país não anda, e é isto que a oposição quer. Defendo que todos trabalhemos com o devido compromisso e sensatez para apoiar e propor ações que contribuam com o desenvolvimento da nação".

 

Helder Salomão (PT)

 

"Crise política criada pela oposição"

 

"Essa crise política criada pela oposição está travando o país e trazendo prejuízos para todos nós. Não existe nenhum fato que comprove que a presidente Dilma cometeu crime de responsabilidade para que seja efetivado o impeachment. A única justificativa apresentada pela oposição foi a prática das "pedalas" fiscais, que também ocorreu nos governos Itamar, FHC e Lula e que ocorre em muitos estados e municípios. Por que somente a presidente? E no mais, isso não é crime e sim remanejamento orçamentário. É lamentável ver tantas denúncias contra o Eduardo Cunha e, ao mesmo tempo, saber que ele está tocando o processo de impeachment na Câmara dos deputados. Eu, já assinei cinco documentos pedindo o afastamento dele da presidência. Defendo que todas as denúncias devem ser investigadas e se comprovadas irregularidades todos devem pagar pelos seus ilícitos".

 

Lelo Coimbra (PMDB)

 

"O povo não pode pagar pelos erros desse governo"

 

"O Brasil passa por um momento muito delicado. O grampo, revelando conversas da presidente Dilma com Lula e do ex-presidente com outras lideranças, reforçou a intenção de obstruir a Justiça, o que é uma afronta à democracia. Preservam Lula mesmo em detrimento da presidente, quando o objetivo deveria superar as graves crises política e econômica que paralisam o país. O povo não pode pagar pelos erros desse governo. São mais de 8 milhões de desempregados e a inflação voltou. Dilma perdeu a legitimidade de conduzir o país. Nas Comissões do Orçamento e do Impeachment vou seguir o parecer do TCU e votar pela rejeição das contas de Dilma e a favor de seu impedimento. Já Cunha cumpre papel institucional como presidente da Câmara, mas o Conselho de Ética analisa a sua cassação e em breve o plenário deve votar pela perda de seu mandato. E com meu apoio e voto".

 

Carlos Manato (SD)

 

"Estamos fazendo como o Supremo Tribunal falou"

 

"As coisas em Brasília estão muito difíceis e tensas. Está se discutindo um movimento de impeachment. Essa pauta deve ser debatida com carinho e habilidade. Sou totalmente favorável ao impeachment da presidente Dilma Rousseff, mas reforço que tudo deve ser feito de maneira legal. Defendo que temos que trabalhar isso com calma. Não podemos, no afã, tomar qualquer medida errada. Estamos fazendo como o Supremo Tribunal falou, tudo dentro da legalidade. Queremos votar o impeachment dia 17 de abril. Sobre Eduardo Cunha, ele já é réu. Quando não era réu, tudo bem. Agora, acho que tem que se afastar. Na plenária vou votar pela cassação dele. Também defendo a saída do presidente do Senado, Renan Calheiros. Resolvendo essa crise política vamos caminhar para recuperação da economia".

 

Marcus Vicente (PP)

 

"Vivemos a pior crise da nossa história"

 

"Sou a favor do impeachment da presidente Dilma Rousseff. O Brasil necessita sair da estagnação do desemprego e superar essa crise social, política e econômica. Também sou favorável ao afastamento do presidente da Câmara dos Deputados, Eduardo Cunha. Enquanto houver essa crise política, as instituições ficam desacreditadas, há insegurança econômica. O país não avançará dessa forma. Acredito que levaremos anos para nos recuperar. Vivemos a pior crise da nossa história em todos os níveis. Há diversas previsões para retomada do crescimento do Brasil. As mais otimistas dizem que serão necessários pelo menos seis anos. Acho que teremos que trabalhar muito para chegar ao equilíbrio, crescimento econômico e igualdade social".

 

Max Filho (PSDB)

 

"A situação é comparável à crise de 1929"

 

"Sou a favor do impeachment da presidente. Acredito que a situação da economia, o desemprego crescendo, todos indicadores econômicos apontam para uma crise sem precedente na nossa história. O impeachment não é um julgamento meramente técnico-jurídico. É um julgamento político de um governo incapaz de dar resposta à crise. Além disso, hoje toda a bancada do partido vota pela cassação do presidente da Câmara. Fui um dos autores do pedido de sua cassação e contribuí para o distanciamento do PSDB de Eduardo Cunha. Essa crise política se dá mais por indecisão do Congresso Nacional. Se a crise é política, a solução tem que ser política. O impeachment é um remédio amargo, mas muitas vezes necessário para a superação de crises. Estamos na pior crise desde a redemocratização. Pelos indicadores que estão dados, a situação é comparável à crise de 1929, com a quebra da Bolsa de Nova Iorque".

 

Sérgio Vidigal (PDT)

 

"Precisamos, de uma vez por todas, virar essa página"

 

"Vivemos num momento muito triste na política brasileira. Neste cenário, defendemos a renúncia da presidente Dilma. Gostaria de fazer um pedido à presidente, de que ela renuncie para que o país volte ao crescer e que o Poder Judiciário possa cumprir o seu trabalho. Esse processo de impeachment ainda vai demorar três meses e o país não aguenta mais esse tempo todo de tanto sofrimento. Precisamos, de uma vez por todas, virar essa página. Caso a presidente não renuncie e o processo de impeachment venha para o plenário, estarei junto com o povo brasileiro e votarei favorável ao processo de impedimento da presidente da república. Também sou favorável à cassação de Eduardo Cunha, que atualmente preside a Câmara dos Deputados".

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