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A grave crise na segurança pública vivida nos últimos dias pelo Espírito Santo, devido ao movimento de paralisação dos policiais militares (PMs) pautou o debate entre os parlamentares na sessão ordinária desta quarta-feira (15). Os deputados cobraram a continuidade do diálogo entre as partes e apelaram para que mais policiais voltem às ruas.
?Faço um apelo, a sociedade precisa de vocês, vocês são PMs 24 horas. Cento e oitenta e quatro mortes até agora é um número muito grande, vamos manter o diálogo dos dois lados?, pediu Hudson Leal (PTN), após apresentar dados relativos à realidade vivida pela categoria.
?As condições de trabalho são insalubres, eles carregam no mínimo 4 kg no corpo em qualquer condição climática e nos mais variados locais. Não possuem seguro-desemprego, FGTS, direito à sindicalização e não podem fazer greve, por isso as famílias estão lá?, contextualizou.
Freitas (PSB) reforçou a interpretação, criticando o que considera um possível excesso de zelo com a questão fiscal. ?Ele (o governador) uniu as lideranças e o conjunto da sociedade para fazer a virada que precisava nesse Estado. Uma década depois já era identificado um desenvolvimento forte, mas não podemos fazer economia pela economia, ajuste fiscal a qualquer custo. Quanto tiramos do setor de segurança nos últimos dois anos??, questionou.
As punições anunciadas pelo governo aos policias grevistas motivaram o discurso de Da Vitória (PDT). ?Em vez da intransigência de buscar os culpados, precisamos nos unir. A PM não errou, a PM avisou. Agora estamos com a corda esticada. E eu quero pedir ao senhor governador que possa dar às autoridades espaço para o diálogo. Temos o Exército nas ruas dando a sensação de segurança, mas o povo clama pela polícia militar?.
Já Esmael de Almeida (PMDB) questionou a maneira como as cobranças estão sendo feitas. ?Tenho ouvido a população, muitos capixabas estão tristes, entendemos a reivindicação, mas a forma como está sendo feita não é correta. É necessário fazer o certo, da forma certa e na hora certa. Continuem com o diálogo, mas precisamos de 100% da PM. Pedimos bom senso a todos, que busquem um caminho?, reiterou.
Enivaldo dos Anjos (PSD) concordou com as palavras do colega. ?As categorias têm que obedecer às leis, a gente não pode ter um Estado como tivemos semana passada, com Tribunal de Justiça e Ministério Público fechados. Qual foi a contribuição do Judiciário, fechar as
portas e ficar dentro das suas mansões? Nenhum segmento social pode ter seu direito superior ao bem coletivo?, frisou.
Mas para Sandro Locutor (Pros) diálogo está havendo, o que falta é chegar a um acordo. ?Não se pode dizer que não está tendo diálogo. Não está havendo consenso sobre algumas reivindicações. A gente entende a necessidade do apoio à categoria que representa a segurança pública do Estado, mas temos também que apelar para o senso de responsabilidade?.
Amaro Neto (SD) destacou a atuação dos colegas frente à situação. ?Vi entre os deputados muita preocupação e prefeitos do interior pedindo nossa ajuda. Quero deixar claro que os 30 deputados tentaram ajudar o Estado nesse momento difícil. Não temos armas, mas temos o diálogo. Nosso parlamento trabalha e parabenizo os colegas pelo envolvimento com o problema?, elogiou.
Fonte: Web Ales